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cop/unfccc política ambiental da índia plano climático
2009-12-23

A Índia, que teme que um compromisso sobre redução dos gases de efeito estufa ameace seu desenvolvimento, afirmou nesta terça-feira que conseguiu seu objetivo de que não houvesse um acordo vinculante a esse respeito na Conferência do Clima de Copenhague, segundo discurso do ministro indiano do Meio Ambiente Jairam Ramesh ante o parlamento.

"Podemos nos mostrar satisfeitos por termos conseguido nosso objetivo na questão das metas de redução de emissões obrigatórias", declarou Ramesh. "Fizemos muito bem", acrescentou Ramesh, visivelmente satisfeito com os resultados da COP15. Segundo os especialistas, a Índia é um dos países mais poluidores do mundo.

Os grandes países em desenvolvimento, Índia e China, são contra o estabelecimento de objetivos vinculantes. Para a Índia, com uma população 1,1 bilhão de habitantes, os países ricos são historicamente responsáveis pelo aquecimento climático e devem financiar os esforços dos países desenvolvidos.

Brasil, África do Sul, Índia e China - os países do chamado grupo BASIC - atuaram como um bloco durante a reunião para resistir à pressão dos países ricos, afirmou Ramesh."Nesse grupo, Índia e China trabalharam estreitamente. Creio que o grupo BASIC surgiram como uma força poderosa nas negociações sobre o clima", acrescentou.

"O acordo de Copenhague leva em conta que o desenvolvimento social e  econômico e a erradicação da pobreza são as principais prioridades dos países em desenvolvimento", afirmou Ramesh.

O governo indiano anunciou antes da conferência que não permitiria que suas emissões de gases-estufa per capita aumentassem mais que o nível dos países ricos. Nova Délhi também anunciou que reduziria as emissões de gases-estufa em 20-25% até o ano 2020 de forma voluntária.

Segundo Ramesh, o governo indiano continuará trabalhando com seus aliados para que "os interesses dos países em desenvolvimento e da Índia, em particular, sejam protegidos nas negociações de 2010".

Ramesh fez suas apreciações sobre a conferência de Copenhague no dia seguinte às declarações do primeiro-ministro britânico Gordon Brown acusando a China e outros países pelo fracasso da COP15.

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, acusou nesta segunda-feira um grupo de países de ter "tomado como refém" as negociações sobre o clima na conferência de Copenhague, em uma mensagem divulgada por seu gabinete. "Nunca mais deveríamos enfrentar o ponto morto que ameaçou levar ao fracasso estas negociações", declarou o premier britânico.

"Nunca mais deveríamos deixar que apenas um pequeno grupo de países tomem como refém um acordo global para um futuro mais verde", completou, sem mencionar especificamente os países. O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, por sua vez, não demorou a responder as acusações.

"A China teve um papel importante e construtivo para fazer avançar as negociações de Copenhague e chegar aos atuais resultados", declarou Wen, em uma entrevista à agência de notícias Nova China.

"A China se expressou com grande sinceridade e mobilizou todos seus esforços", acrescentou, segundo os trechos da entrevista publicada no site do ministério chinês das Relações Exteriores.

O acordo concluído na conferência que terminou sábado em Copenhague é um texto de mínimos que permite, pela primeira vez, envolver todos os grandes países poluidores - tanto desenvolvidos como emergentes - na luta contra o aquecimento global, mas sem fixar metas ambiciosas nem um marco vinculante.

O texto também estabelece o compromisso dos países desenvolvidos em mobilizar até 100 bilhões de dólares para ajudar os países mais pobres a enfrentar os impactos das mudanças climáticas.

(AFP / UOL, 23/12/2009)


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