A União Europeia está determinada em continuar a ser o bloco que efetivamente lidera a luta contra o aquecimento global, em busca de compromissos mais ambiciosos do que aquele alcançado em Copenhague, afirmou em Bruxelas o secretário luso do Estado do Meio-Ambiente, Humberto Rosa.
Rosa representou Portugal nesta terça-feira (22/12) numa reunião dos ministros do Meio-Ambiente da UE, na qual os 27 fizeram o "rescaldo" dos resultados da conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas, que acabou na última sexta-feira em Copenhague, com um acordo que a maioria dos países europeus admite ser "decepcionante".
De acordo com o secretário, "há uma visão geral (dentro da UE) de que é um acordo decepcionante", que, apesar de tudo, tem alguns elementos positivos, "que vêm do fato de a União Europeia ter sido sempre líder e ambiciosa nas metas que pôs pela frente".
Ele também apontou que os europeus vão "continuar a trabalhar para que o aumento máximo de temperatura do planeta, em média, não suba dos 2ºC" e "para que possa vir a haver uma visão de longo prazo partilhada para uma redução de emissões me 50 % até 2050".
Humberto Rosa acrescentou que a Europa vai também "prestar muita atenção às suas capacidades de financiamento rápido, em particular para benefício dos países menos desenvolvidos, que podem contar com a UE". Em suma, disse, a UE continuará a trabalhar nos próximos meses e "vai usar a sua influência" para "conseguir aliados para mais ambição da próxima vez".
Questionado sobre as causas do fracasso de Copenhague, Rosa disse que a análise dos 27 é a de que "de alguma forma algumas partes não queriam ambição, e como o processo de tomada de decisão nas Nações Unidas é por consenso, quando uma parte não quer mesmo, nivela por baixo".
"Mesmo as ofertas da UE de aumentar a ambição para os países desenvolvidos foram rechaçadas por países em desenvolvimento, não fosse sobrar algum vislumbre de compromisso para eles. Portanto, perante este cenário, não era possível ir mais longe", comentou.
"Mas continuaremos a batalha, porque a situação do clima do mundo mantém-se tal como estava antes de Copenhague", concluiu.
(Lusa / UOL, 22/12/2009)