O último dos chamados “ursos dançarinos” foi libertado na Índia, encerrando uma deplorável tradição centenária que organizações de direitos dos animais atacavam por submeter animais a sofrimento e maus-tratos. Raju, um urso de quatro anos de idade, foi solto em uma área de proteção ambiental no sul da cidade de Bangalore.
Por séculos, os “ursos dançarinos” “divertiram” plateias de espectadores sádicos na Índia. Mas a atividade foi proibida em 1972, por causa do mau tratamento a que os animais eram submetidos.
Mais de trinta anos após a proibição da atividade, uma campanha do governo em parceria com organizações não governamentais que levou sete anos fez cumprir a lei. Como parte da iniciativa, o governo indiano dá treinamento para os “tratadores”, algozes ou “kalandars”, sustentarem suas famílias fazendo outro tipo de trabalho.
Maus-tratos
Depois de resgatar Raju, veterinários realizaram o que esperam ser a última operação para retirar a corrente de um urso dançarino. O urso estava preso por uma corda que perspassava um buraco em seu focinho. Em muitos casos, a perfuração, a ferro quente, tinha de ser feita duas, três vezes, explicaram os veterinários.
Mary Hutton, da ONG australiana Free the Bears Fund, disse que Raju era mantido em cativeiro por uma “parafernália” de instrumentos, que incluía um anel de metal, a corda e um bastão, com o qual o capataz puxava o anel e controlava o animal. “É o ultimo urso resgatado das estradas da Índia, o fim da atividade”, comemorou a ativista.
Ao ser solto na reserva natural, Raju se une a outros 600 ursos libertados que, após séculos de cativeiro, já não conseguiriam sobreviver na natureza.
(ANDA, 22/12/2009)