Um dos projetos polêmicos da Capital foi motivo de exaustivo debate ontem, na Câmara. Após quase nove horas, a proposta que altera o regime urbanístico do Cais Mauá foi aprovado, com a inclusão de 29 emendas de 38. O projeto original permitia a construção de empreendimentos de lazer e prédios comerciais na região, com altura máxima de 100 metros, o que foi confirmado. Serão mantidos quase todos os armazéns do Cais, tombados pelo patrimônio histórico.
Não será permitida a construção de prédios residenciais. O projeto de revitalização prevê R$ 500 milhões, com a instalação de hotel, shopping, centro de convenções, teatros, museus, restaurantes, centro infanto-juvenil para atividades recreativas e parques, totalizando 149 mil m² de área construída.
A sessão começou às 14h, com a presença de simpatizantes e contrários ao projeto, que foram colocados em galerias separadas. Por volta das 16h, o projeto contava com 36 emendas apresentadas pelos vereadores. Beto Moesch (PP) defendia o respeito ao limite das alturas das construções.
O vereador Valter Nagelstein (PMDB), presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Cais Mauá, destacou que o projeto "será um divisor de águas na história de Porto Alegre. Temos o exemplo de várias cidades ao redor do mundo que investiram em projetos semelhantes, com a participação da iniciativa privada, com sucesso". O coordenador executivo do projeto e presidente da Comissão Técnica de Avaliação, Edemar Tutikian, observou que o projeto tem de ser muito discutido. "A área será ponto de atração turística e geração de emprego."
O vice-prefeito José Fortunati compareceu à Câmara. "Tenho a convicção de que essa iniciativa foi pensada tecnicamente com profundidade. Os armazéns tombados serão revitalizados e o projeto vai permitir que o Cais Mauá seja autossustentável."
(Correio do Povo, 22/12/2009)