Argentinos que trabalham na exploração da Mina Veladero, localizada na província de San Juan, têm seus direitos sindicais violados pela empresa Barrick Gold. Isto é o que denuncia a Federação de Trabalhadores da Energia da República Argentina da Central dos Trabalhadores Argentinos (FeTERA-CTA).
De acordo com a denúncia, quinta (17/12), 200 trabalhadores da multinacional Barrick Gold iniciaram uma greve pela reincorporação do Secretário Geral da Organização Sindical Mineiros Argentinos (Osma-CTA), José Leiva, e por aumento de salários. Ontem à noite, os trabalhadores em greve se refugiaram do frio nos veículos que os levam até o lugar onde desenvolvem os trabalhos a céu aberto.
No entanto, os trabalhadores enfrentaram repressões da multinacional. Segundo informações de FeTERA-CTA, a empresa mandou retirar os veículos e obrigou às pessoas que estavam na paralisação total de atividades a continuarem na greve sem segurança, no frio, sem possibilidades de aquecimento, e sem água.
"O desprezo da Barrick Gold pelo direito de greve, pelo direito ao amparo, pelo direito a contar com mínimas condições de resguardo para os trabalhadores explica por que tem deixado sem trabalho o Secretário Geral do Grêmio: porque não está disposta a tolerar que os trabalhadores se organizem para defender seus direitos, porque sua política é a acumulação de riqueza baseada na exploração do homem e no saqueio dos recursos", considera FeTERA-CTA.
A empresa Barrick Gold demitiu, sem causa, no dia 24 de julho passado, o secretário geral de Osma-CTA, José Leiva. Desde este dia, organizações e associações sindicais realizam ações legais para conquistar a reincorporação de Leiva a Barrick Gold, mas esta não tem cumprido as sentenças judiciais que exigem o reingresso do secretário "e se tem mantido em uma posição intransigente, na demonstração, mais uma vez, de que as empresas que exploram nossos recursos naturais constituem um verdadeiro ‘Estado impune e soberbo’ dentro do Estado Argentino."
Por causa disso, a Federação repudia a atitude da Barrick Gold e pede à comunidade internacional que se solidarize com os trabalhadores em greve. A FeTERA-CTA "denuncia a Barrick Gold por sua atitude criminal de deixar a céu aberto, em plena cordilheira, os trabalhadores que exercem seu direito constitucional de greve, por sua negativa de reincorporar a José Leiva, que fez sem causa e, fundamentalmente, por seu desprezo aos Direitos Humanos, que não constituem, evidentemente, uma preocupação para esta multinacional mineira", resume.
(Adital, 18/12/2009)