67% da população da capital não bebe água da rede pública, 95% está disposta a economizar água e 89% dos entrevistados acreditam que a cidade enfrentará problemas com a falta de água, sendo que 58% temem ficar sem água a curto prazo. Estes são alguns dados da pesquisa “Uso e conservação da água na visão da população de Florianópolis”, uma iniciativa da FloripAmanhã e ABES-SC (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária) com realização da Lupi & Associados.
Entre os dias 23 de novembro e 1º de dezembro, foram ouvidos 400 moradores da capital catarinense com mais de 16 anos. O perfil dos entrevistados (sexo, grau de instrução, idade etc) foi selecionado baseado em dados do IBGE/2007. Chama a atenção na pesquisa a percepção da população sobre a água fornecida pela rede pública, a grande ocorrência de hábitos que geram desperdício e o desconhecimento quanto a origem e as condições dos mananciais que abastecem a cidade.
A maioria da população (53,5%) considera bom o serviço prestado pela CASAN. Sobre a qualidade da água que chega à torneira, 51% do público acha boa ou muito boa, enquanto 16,9% consideram ruim ou péssima. A principal razão da avaliação negativa é o fato de que essa água, na opinião do público, não é própria para o consumo. Dos 67% que não consomem água da torneira, 47% optam pela água mineral e 20% pela filtrada.
“Estes números que apontam a água filtrada e mineral como preferência por dois terços dos entrevistados já demonstram a necessidade de melhorar o sistema”, salienta Otavio Ferrari Filho, vice-presidente da FloripAmanhã e diretor da Câmara de Meio Ambiente da Associação.
A pesquisa também permite concluir que, de uma maneira geral, a população da cidade está preocupada com a água, mas ainda não demonstra atitude proativa neste sentido, mantendo hábitos de desperdício. Cerca de 40% dos entrevistados afirmam que seus banhos demoram mais de dez minutos, 72% afirmam que as torneiras permanecem abertas enquanto se ensaboam, 37% mantêm o hábito de regar plantas, 27% lavam calçadas e 19% lavam carros com água da rede pública. Menos de metade dos entrevistados afirmam ter muito cuidado com a utilização da água tratada.
Por outro lado, 95% da população se diz disposta a economizar água, mas admite que não conhece meios eficazes para isso. Mesmo assim, os entrevistados apontam algumas alternativas para evitar o desperdício: implantar o racionamento, aumentar o valor para quem consome mais, descontos para quem economizar, reaproveitamento, captação de água da chuva e apoio a mudanças de hábitos. 62,8% participaria de campanhas e 53,3% fariam algum trabalho voluntário para proteção da água de Florianópolis.
Quase 90% da população afirma estar preocupada ou muito preocupada com o meio ambiente. 63% afirma que os problemas ambientais afetam muito a sua vida e de sua família. No entanto, 67% afirma não saber a origem da água que chega em sua casa, revelando desconhecimento do público sobre a origem e as condições dos mananciais que abastecem a capital.
A falta de água é apontada como maior problema da capital para 7,5% dos entrevistados, sendo que o trânsito, com 28,8%, é o maior problema, seguido do transporte coletivo (14,5%), saúde (11,3%), esgoto a céu aberto (9,3%) e segurança (8,8%). Questões ligadas ao saneamento também estão na lista dos maiores problemas ambientais de Florianópolis na visão da população, com destaque para o esgoto e a poluição nas praias, apontados por 20,3% dos entrevistados, a falta de tratamento de esgotos (11,5%) e saneamento básico (6%).
Em relação ao sistema de tratamento de esgotos da Capital, é possível notar que a maior parcela da população (78,3%) não têm conhecimento do tamanho da rede de esgotos de Florianópolis, não sabendo indicar o percentual de público que é atendido por este serviço.
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Pesquisa Uso e Conservação da Água - Apresentação
Pesquisa Uso e Concervação da Água - Tabelas
(FloripAmanhã, 15/12/2009)