Países signatários do acordo querem investir US$ 25 bi em planos de Redução das Emissões do Desmatamento e da Degradação Florestal - REDD
O Departamento de Energia e Mudança Climática do Reino Unido anunciou, na quinta-feira (17/12), um acordo entre Austrália, França, Japão, Noruega, Reino Unido e Estados Unidos para alocar US$ 3,5 bilhões de dólares, destinados a iniciar o financiamento público de ações com o objetivo de retardar, parar e eventualmente reverter o desmatamento nos países em desenvolvimento. O anúncio diz que "ações para reduzir as emissões oriundas de florestas podem ajudar a estabilizar o clima, apoiar o meio de subsistência das populações e garantir a conservação da biodiversidade, bem como promover o desenvolvimento econômico”.
Os signatários reconhecem, segundo o documento, o papel significativo do financiamento público internacional no apoio aos países em desenvolvimento, como parte de um acordo ambicioso e abrangente. “É um esforço para retardar, parar e eventualmente reverter o desmatamento. Foi nisso que pensamos ao fazer a alocação conjunta de US$ 3,5 bilhões de dólares para iniciar o financiamento de planos de Redução das Emissões do Desmatamento e da Degradação Florestal - REDD durante o período de 2010 a 2012”, afirmam os países em sua declaração conjunta.
Para eles, esses recursos são um investimento inicial a ser aplicado nos países em desenvolvimento que coloquem em andamento planos ambiciosos de REDD e que obtenham reduções de emissões florestais, conforme sua própria capacidade. “Assumimos o compromisso conjunto de aumentar a escala desse financiamento de acordo com as oportunidades e os resultados a serem obtidos”, completa o anúncio, que convida, ainda, outros doadores a se unirem a estes esforços para tornar realidade os primeiros projetos de REDD. Convidamos outros doadores a se unirem a nós nesse esforço para tornar realidade as primeiras providências de REDD."
O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, destacou textualmente que “o desmatamento é responsável por quase um quinto das emissões mundiais. Ao armazenarem a poluição global, as florestas das nações tropicais prestam um serviço para o mundo”. Segundo Brown, é possível que essas florestas estejam irremediavelmente perdidas se ninguém tomar uma atitude. “Tal perda provocaria um impacto no clima mundial e, também, nos meios de subsistência de 90% das 1,2 bilhões de pessoas que vivem na extrema pobreza e que dependem dos recursos florestais para sua sobrevivência”.
O primeiro-ministro acredita que um acordo para retardar, parar e eventualmente reverter o desmatamento precisa ser o ponto focal do resultado a ser alcançado em Copenhague, e que são necessários cerca de US$ 25 bilhões durante o período de 2010 a 2015 para diminuir em 25% os índices de desmatamento nos países em desenvolvimento até 2015. “Os países desenvolvidos devem prover a maior parte desses recursos e apoiar os países tropicais em seus esforços nesse sentido”, disse Gordon Brown.
O dirigente britânico informou também que o Reino Unido contribuirá, em um primeiro momento, com US$ 480 milhões, para garantir um rápido começo. “Eu farei todos os esforços possíveis para fortalecer tal esforço coletivo e trabalhar junto com todas as nações, a fim de alcançar um acordo climático que seja o mais ambicioso", concluiu.
(WWF Brasil / EcoAgência, 21/12/2009)