Se o inferno existe, cães e gatos já sabem onde está: na comunidade de La Sangonera Verde, em Murcia, Espanha, no abrigo de animais Proaniplant. Lá, onde deveriam ser protegidos, os animais eram maltratados e submetidos a um estado de abandono que os levava à morte.
O primeiro caso criminal contra um abrigo de animais iniciou-se na Espanha graças à denúncia da associação El Refugio, em novembro de 2008. Na denúncia, uma testemunha contou que, em suas visitas como voluntária da Proaniplant, encontrou “cães mortos no local, animais feridos abandonados, com parasitas internos e externos”. Outra testemunha detalhou como era o horror de Pronaniplant: “Achei ratos mortos nas gaiolas. O mau cheiro é insuportável. Às vezes encontro filhotes mortos no abrigo”.
“Quando fizemos a denúncia, a Proaniplant era um lugar infernal. Sacrificar cães e gatos era uma rotina, e muitos deles morreram agonizando no interior do abrigo”, disse o presidente da associação El Refugio, Nacho Paunero.
Nacho Paunero, presidente de El Refugio, que fez as denúncias. (Imagem: La Opinion de Murcia)
Basta ler o despacho do juiz do Tribunal Provincial de Murcia, que atendeu a denúncia da associação El Refugio para perceber as condições deploráveis em que viviam os animais: “A visão das imagens do DVD e a audição dos vídeos são uma dolorosa jornada através de uma topografia da dor de um sórdido e cruel confinamento e extermínio. Diante de tais dados, não se pode descartar este crime”. O vídeo com a denúncia feita pela associação El Refugio pode ser visto aqui.
O despacho do juiz do Tribunal de Murcia abriu no dia 13 de dezembro um inquérito para determinar a responsabilidade penal dos dirigentes da Proaniplant. Este suposto abrigo tinha como presidente Juan José Fernández de los Reyes, que renunciou em 2008 e foi nomeado em seu lugar David Mármol.
Segundo a associação El Refugio, a Proaniplant recebia subsídio por parte da Câmara Municipal para “manter, alimentar e cuidar” dos animais e, em alguns casos, recebia auxílio financeiro de particulares, para a manutenção do abrigo.
(Por Raquel Soldera*, ANDA, 21/12/2009)
*Com informações de Público.es, El Mundo, EcoDiário e Periodista Digital