O secretário português de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, afirmou neste domingo que o acordo de Copenhague ficou aquém do esperado, decepcionando as delegações européias, embora tenha ressaltado alguns aspectos positivos e lembrado que o pacto é melhor do que nada.
"O nosso entendimento é o da generalidade das representações europeias. Um certo desapontamento, mas há a percepção de que pior seria não ter nada", disse o secretário de Estado em declarações à Agência Lusa.
"Não ocultamos que depois de dois anos de negociações e de tanto enfoque político em torno da cúpula é muito decepcionante que haja partes que não estão preparadas para o nível de ambição de que o mundo precisa", ressaltou.
Apesar de desapontado, Humberto Rosa considera que há um ou outro aspecto positivo graças ao esforço europeu. Segundo o secretário de Estado, há uma menção ao objetivo de conter o aquecimento global a um máximo de dois graus Celsius, o que é uma novidade do acordo, assim como o financiamento rápido com especial foco nos países menos desenvolvidos. "Outras coisas ficaram de fora, apesar do esforço europeu", explicou.
O acordo de Copenhague foi alcançado na sexta-feira à noite pelos chefes de Estado de cerca de 30 países industrializados e emergentes, e foi aprovado através de um procedimento especial no plenário da Conferência do Clima, da ONU.
O objetivo definido é limitar o aquecimento global a dois graus Celsius em relação aos níveis pré-industriais. O pacto prevê também um valor de US$ 30 bilhões a curto prazo (para 2010, 2011 e 2012), depois um aumento até US$ 100 bilhões até 2020, para ajudar os países em desenvolvimento a se adaptar aos impactos das mudanças climáticas.
(Lusa / UOL, 20/12/2009)