Até 40% da biodiversidade de nações latino-americanas poderão ser perdidas até 2100, em razão de um acordo tímido sobre a redução de emissões de gases (como o produzido na COP 15). A conclusão consta de relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, ligada à ONU, recém-divulgada.
O documento advertiu que a região, uma das que menos emitem gases causadores do efeito estufa, pode enfrentar um dos piores custos em razão das mudanças climáticas. "Com aumento da temperatura global de mais de 3ºC, alguns países ou regiões podem perder até 30% ou 40% de sua biodiversidade", diz o relatório. Como consequência, haveria forte queda nas chuvas na Amazônia, "causando deterioração substancial nas florestas". O aumento nos níveis do mar traria grande movimento de populações e perda de terra, e os mangues na costa de países como Brasil, Equador e Guiana podem ser cobertos com água. Áreas costeiras do Rio da Prata, na Argentina e no Uruguai, seriam ameaçadas.
Até o fim do século, o custo dos desastres climáticos pode chegar a 250 bilhões de dólares por ano. Atualmente, a média anual desse custo é de 8,6 bilhões de dólares por ano. Bolívia, Chile, Equador, Paraguai e Peru podem estar entre os mais afetados, perdendo até 60% de suas terras agricultáveis. Suprimentos de água poderiam diminuir, destacou a Cepal no relatório.
(Correio do Povo, 20/12/2009)