Os meios de comunicação de todo o mundo destacaram neste sábado, ao término da cúpula do clima de Copenhague, a decepção deixada pelo acordo mínimo de luta contra a mudança climática. Muitos editoriais afirmaram que o acordo é um verdadeiro fracasso e foi um texto costurado às pressas para salvar a honra dos organizadores. A principal crítica é que o documento não conseguiu fixar os objetivos de redução das emissões poluentes.
"Objetivos reduzidos, metas abandonadas: Copenhague acaba em fracasso", é a manchete do site do jornal britânico "The Guardian". "A conferência da ONU [Organização das Nações Unidas] alcançou um fraco esquema de acordo global em Copenhague, que ficou muito longe do que era esperado pelo Reino Unido e muitos países pobres", indica o site.
"O 'histórico' acordo sobre mudança climática em Copenhague acabou em caos depois que alguns países em desenvolvimento rejeitaram o plano para lutar contra a mudança climática apresentado pelo presidente Barack Obama", enfatiza o "Daily Telegraph". "Muitos objetivos sem cumprir", é a manchete do New York Times.
"O acordo inclui muitos temas que os lideres vieram tratar. Mas deixou descontentes muitos dos participantes, dos europeus, que agora são os únicos do mundo submetidos a um regime de controle das emissões, até os delegados dos países mais pobres, que criticam ter sido afastados da negociações cruciais ", acrescenta.
"As potências resolvem a Cúpula do Clima com um pacto insuficiente", afirma o espanhol "El País". A conferência mostrou que as "potências deste mundo são incapazes de tomar decisões claras e voluntárias, que não conseguiram obter mais que um acordo de questões mínimas que apenas salva as aparências", critica o francês "Libération".
Na Itália, "La Stampa" classifica o resultado de "acordo de fachada".
Na Dinamarca, país organizador da cúpula, a imprensa afirma que a cúpula deixou evidenciada a emergência de uma nova ordem mundial. "A caótica reunião climática revelou que Washington não decida mais nada e que não há consenso político entre os países do mundo", afirmou o jornal "Politiken".
(Folha Online, France Presse, 19/12/2009)