Várias ONGs, como o WWF, Oxfam, Avaaz e Amigos da Terra, criticaram duramente o "fracasso histórico" que supõe o Acordo de Copenhague na luta contra as mudanças climáticas. O documento, estipulado por cerca de 30 de países, passa por votação no plenário da Cúpula da Mudança Climática de Copenhague, mas, após circularem as primeiras minutas, as ONGs já reprovaram sua falta de ambição.
"Após anos de negociações, há uma declaração que não vincula ninguém e não garante o futuro das gerações vindouras", manifestou o chefe da Iniciativa Global do Clima da WWF, Kim Cartensen.
O texto omite qualquer referência às reduções globais do bloco industrializado, como grupo, para 2020 e 2050, como propunha a ONU, e se limita a reunir os objetivos de redução de emissões poluentes anunciadas por cada país antes da reunião em Copenhague.
Para Avaaz, o documento é um "fracasso histórico" que representa o "colapso dos esforços internacionais" de assinar um acordo vinculativo que possa "deter a catastrófica mudança climática".
"O acordo está muito longe de ser justo, não é vinculativo e nem ambicioso", criticou o diretor da campanha global da organização, Ricken Patel, que reprovou que o acordo tenha sido selado por só "quatro países" em alusão aos EUA, China, Índia e África do Sul.
Atribuiu a responsabilidade pelo fracasso de Copenhague a Washington e Pequim, responsabilizando americanos e chineses por "compartilharem sua determinação de produzir um acordo débil em Copenhague".
"Cada país pagará o preço pela avareza e pelo governo imperfeito destes dois países", afirmou.
Para o diretor-executivo da Oxfam Internacional, Jeremy Hobbs, o Acordo de Copenhague é o "triunfo da propaganda acima da substância". Ele diz que os líderes devem "voltar à mesa de negociação no início de 2010" para adotar "decisões políticas urgentes".
"Milhões de pessoas de todo o mundo não querem ver morrer em Copenhague suas esperanças de um acordo ambicioso, justo e vinculativo", referiu.
Por sua parte, a Amigos da Terra, classificou o acordo de Copenhague como "fracasso abjeto".
"Ao atrasar a ação, os países ricos condenaram milhões de pessoas, a maioria delas as mais pobres do mundo, à fome, ao sofrimento e à perda da vida conforme a mudança climática se acelera", apontou o presidente da entidade, Nnimmo Bassey.
Assinalou que sente "nojo" pelo "fracasso dos países ricos" na hora de fixar objetivos ambiciosos e acusou o bloco industrializado de "acossar" os países em vias de desenvolvimento a "aceitar menos" do que merecem.
(Efe, Folha Online, 19/12/2009)