Os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos formalizaram nesta quinta-feira (17/12), em Washington, a entrada em vigor do acordo de cooperação de energia nuclear para usos pacíficos, negociado durante o governo de George W. Bush (2001-200) para tornar a federação o primeiro país árabe com uma indústria de energia nuclear, destinada a produzir eletricidade.
Fortemente atingidos pela crise financeira internacional, os Emirados Árabes abrigam as metrópoles Dubai e Abu Dhabi, alguns dos principais símbolos de modernização do tipo ocidental do mundo árabe.
O acordo cria o marco legal para que os EUA possam estabelecer uma cooperação nuclear civil com os Emirados sob condições e controles de não proliferação mutuamente estipuladas, no que é visto por Washington como um modelo para limitar a proliferação de armas nucleares.
Em cerimônia no Departamento de Estado, representantes dos dois governos trocaram as notas diplomáticas que abrem as portas à troca de tecnologia e pesquisa no campo nuclear.
"Este é um novo tratamento para a região do Oriente Médio e os EUA celebram e aplaudem a decisão dos Emirados", disse a subsecretária de controle de armas americana, Ellen Tauscher, na cerimônia, destacando o compromisso dos Emirados de não enriquecer urânio nem reprocessar o combustível nuclear usado.
Tauscher assinalou que o acordo reflete o compromisso dos Emirados Árabes com a segurança e a não proliferação de armas nucleares e ressaltou que é um "valioso aliado" nos esforços americanos para prevenir a capacidade de países vizinhos, como o Irã, de obter armas nucleares.
Embora a assinatura do pacto no início deste ano tenha acontecido cinco dias antes da transferência de poder em Washington, ficou nas mãos do presidente Barack Obama a decisão de enviá-lo ao Congresso, aonde chegou em maio para ratificação.
Os países com os quais os EUA têm este tipo de acordos recebem tecnologia nuclear de Washington e têm acesso ao mercado internacional de combustível e componentes, em troca de que respeitem o Tratado de Não Proliferação Nuclear e as normas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Washington considera que os acordos de cooperação nuclear obrigam os Estados a se comprometer com o uso pacífico de energia e tecnologia nuclear, o que promove os esforços de não proliferação.
(Folha Online, UOL, 18/12/2009)