Incidente que atraiu, inclusive, a atenção de entidades internacionais de proteção aos povos indígenas, o suposto envenenamento proposital de índios Ava Guaraní do município paraguaio de Itakyry (vizinho ao Lago de Itaipu), cometido por agricultores brasileiros, não passou de um “alarme falso”.
Nesta quarta-feira (16/12), o Diário Última Hora, bem como outros veículos de comunicação do Paraguai, divulgou o resultado da perícia encomendada pelo Ministério Público, assegurando que o avião que teria sido usado para despejar agroquímicos sobre os nativos não estava adaptado para tarefas de fumigação.
Paralelamente, exames realizados no Laboratório Díaz-Gil, de Asunción, apontam que nenhum dos 32 nativos que alegaram terem sido atingidos pela “nuvem de agrotóxicos” apresentou, em exames de sangue e de urina, sinais de envenenamento por produtos químicos.
Desta maneira, fica desmentida a acusação de envenenamento intencional contra os sete produtores brasileiros que, há cerca de dois anos, disputam com os indígenas a propriedade de terras que teriam sido destinadas, na década de 1970, a uma reserva indígena jamais implementada na prática.
Já quanto aos sintomas apresentados pelos indígenas, que relataram dores de cabeça, vômito e outras afecções, as possíveis causas seriam oriundas de outros fatores, como a subnutrição e a má qualidade dos alimentos consumidos nos precários acampamentos.
(Por Guilherme Dreyer Wojciechowski, SopaBrasiguaia.com, 17/12/2009)