Pierre Edward Jauffret, biólogo francês que defendia a preservação da Amazônia, morreu na última segunda-feira (14/12) em decorrência de agressões sofridas em sua casa, em Santo Antônio do Tauá, a 65 km de Belém (PA). Há 15 dias, Jauffret, 72, sofreu traumatismo craniano, provocado por golpes na cabeça. As informações são da Folha Online.
O biólogo foi encontrado ainda com vida por um de seus filhos, na porta de sua casa, que fica dentro de uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) de 25 hectares, da qual era o dono. Nascido em Toulon, ele chegou ao Brasil em 1963 e era especializado no estudo de borboletas da região, das quais tinha uma coleção científica.
Segundo o filho do ambientalista, Jacques Jauffret, que também é biólogo, ele e seu pai vinham sofrendo ameaças de morte há mais de um ano, por conta de suas tentativas de evitar o desmatamento e a degradação ambiental na área. A família cita dois conflitos recentes que podem ter originado o crime. O primeiro foi uma discussão para que um lixão municipal localizado a apenas 300 metros da reserva- o que é proibido por lei- fosse retirado dali. Há cerca de um ano, o local foi limpo. Jauffret também denunciou ao Ministério Público a ação de trabalhadores sem-terra que invadiram uma fazenda vizinha à reserva, desmatando quase toda a área.
Foi aberto inquérito para investigar as agressões sofridas pelo biólogo. Até agora, a polícia civil trabalha com a hipótese aventada por testemunhas de que o francês foi morto por homens que haviam feito uma festa em local próximo à reserva. O motivo do crime seria uma discussão entre os suspeitos e o ambientalista depois de aqueles terem insistido em urinar dentro da RPPN.
A família considera que essa possibilidade serve para acobertar as causas reais da agressão. E afirma também que uma das testemunhas da suposta discussão havia ameaçado matar Jauffret alguns dias antes, depois que o francês a acusou de poluição sonora.
(Amazonia.org.br, 16/12/2009)