Estudo da Cepal diz que atividades econômicas, como a agricultura e o turismo, são muito sensíveis às alterações climáticas; projeções para a região neste século indicam que deve haver um aumento gradual e persistente da temperatura média nesses países.
As mudanças climáticas tem relevância particular para os países da América Latina e do Caribe devido às características sócio-econômicas, institucionais e geográficas da região. A conclusão está no mais recente estudo da Cepal divulgado nesta quarta-feira (16/12) em Copenhague.
Sensibilidade
O relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe analisa que a elevada sensibilidade aos efeitos do clima de atividades econômicas, como a agricultura e o turismo, ressaltam a necessidade de formulação de uma estratégia de desenvolvimento sustentável a longo prazo.
As projeções climáticas para a região neste século indicam que deve haver um aumento gradual e persistente da temperatura média nesses países entre 1ºC e 4ºC num cenário de baixas emissões, e entre 2ºC e 6ºC se houver grandes emissões de gases que provocam o efeito estufa.
Como consequência, há previsão de mais eventos climáticos extremos. As chuvas devem se intensificar, com alta de 20% na precipitação em países como Equador e Peru, leste da Amazônia e nordeste do Brasil.
Intervalo
O intervalo entre o período de chuvas deverá ser maior, com mais ondas de calor na América Central, aumento do nível do mar e noites com temperaturas mais frias em toda a América Latina.
As alterações climáticas ainda irão provocar, segundo o relatório, pressões adicionais sobre recursos hídricos do Brasil, Argentina, Chile, Equador e Peru.
A secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, disse que um futuro verde viável depende de contribuições ativas e diferenciadas do setor público e privado, e do comprometimento da população da região.
(Por Daniela Traldi, Rádio ONU, 16/12/2009)