Seis países ricos anunciaram nesta quarta-feira (16/12) em Copanhague um acordo que prevê o desbloqueio de 3,5 bilhões de dólares para ajudar no combate ao desmatamento nos países mais pobres, em um cronograma de dois anos (2010-2012).
A decisão tomada por Austrália, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Japão e Noruega marcou o maior avanço até agora na conferência do clima da capital dinamarquesa, que termina na próxima sexta-feira (18/12).
"Ações para reduzir emissões provenientes das florestas podem ajudar a estabilizar nosso clima, apoiar o modo de vida, conseguir a preservação da biodiversidade e promover o desenvolvimento econômico", indicaram os seis países em um comunicado conjunto.
"Como parte de um amplo e ambicioso acordo, reconhecemos o significativo papel do financiamento público internacional no apoio aos esforços dos países em desenvolvimento para reduzir, parar e no fim reverter o desmatamento", acrescentaram.
O grupo descreveu sua iniciativa como "um investimento inicial" nos países em desenvolvimento que apresentarem planos "ambiciosos" para preservar suas florestas do desmatamento.
"Nos comprometemos coletivamente a aumentar nosso financiamento depois, em função das oportunidades e dos resultados alcançados", destacou o comunicado.
O desmatamento de florestas em todo o mundo é responsável por um quinto das emissões anuais de gases causadores do efeito estufa - embora novos números apontem uma queda deste percentual para 12%.
Os países ricos estão sendo pressionados a colocar sobre a mesa 10 bilhões de dólares entre 2010 e 2012 para financiar programas "fast-start" ("rápidos") de redução da poluição em países pobres e medidas de adaptação às mudanças climáticas.
No ritmo atual - cerca de 15 milhões de hectares por ano, ou seja a superfície de Bangladesh - o desmatamento é responsável por cerca de um quinto das emissões de gases de efeito estufa no mundo, ou seja, mais que o setor do transporte.
Esta ajuda rápida será orientada às nações que possuem florestas tropicais, precisa a França em comunicado. Ela se inscreve na "visão francesa e europeia de reduzir pela metade o desflorestamento mundial até 2020 e de fazer cessar a perda de florestas no mais tardar em 2030".
Os mecanismos do REDD (Redução de Desmatamento e Degradação), que dizem respeito a mais de 70 países no mundo, e que estão atualmente em negociação, são os que mais interessam a países como o Brasil. A disposição do REDD transforma a proteção da floresta em fonte para receber financiamento, com monitoramento e critérios internacionais.
(AFP / UOL, 16/12/2009)