A exploração humana dos recursos da Terra levou o planeta "ao limite", e este chegou a um "ponto crítico", do qual só poderá sair com uma ação global coordenada, advertiu o príncipe Charles, da Inglaterra, nesta terça-feira (15/12), em Copenhague.
Em discurso na conferência da ONU sobre o clima, o herdeiro da coroa britânica - um comprometido defensor do meio ambiente - advertiu os líderes mundiais de que era necessário um acordo "completo" sobre a mudança climática. "A realidade crua é a de que nosso planeta alcançou um ponto crítico", disse.
Mas, argumentou, "da mesma maneira que a humanidade teve o poder de levar o mundo ao limite, também tem o poder de devolver-lhe o equilíbrio".
As negociações de Copenhague representam, portanto, um "momento histórico" neste esforço, afirmou, destacando que os países devem deixar de culpar-se mutuamente. "Em nossa situação cada vez mais precária - num pequeno, único e precioso planeta - isto não é um problema que pode ser resolvido em termos de 'eles e nós'", disse o príncipe de Gales.
"Quando se trata do ar que respiramos e da água que bebemos, não há fronteiras nacionais", acrescentou. "Uma solução parcial para a mudança climática não é solução. Deve ser global e também completa", precisou.
Segundo o príncipe Charles, o mundo "deve pagar de alguma maneira pelos serviços públicos essenciais" fornecidos pelas florestas tropicais, através da geração de precipitações e da absorção de dióxido de carbono.
Em artigo publicado nesta terça-feira no jornal francês Le Monde, o príncipe Charles afirmou que as preocupações em relação ao custo da luta contra a mudança climática eram apenas uma cortina de fumaça.
"O aquecimento climático (...) não constitui prioritariamente alternativa ao desenvolvimento econômico; é de fato um multiplicador de riscos, um fator que diminuirá nossa capacidade de melhorar o bem-estar da humanidade se não agirmos imediatamente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa".
(Yahoo! / AmbienteBrasil, 16/12/2009)