Nesta quinta-feira (17/12) é comemorado o dia do Bioma Pampa. Entre as alternativas mais viáveis para a conservação sustentável da biodiversidade do bioma pampa está a criação de gado. Entretanto, ela precisa ser feita de uma forma que respeite as condições naturais do local.
O bioma pampa possui 178 mil quilômetros quadrados de extensão e corresponde a 63% do território do Rio Grande do Sul. Nos últimos anos, pesquisas realizadas pelo Departamento de Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, apontam para uma redução de 59% da cobertura vegetal do bioma. A principal atividade para a conservação sustentável da biodiversidade do local continua sendo a criação de gado bovino e eqüino. Entretanto, a exploração indevida do local pode trazer degradação das condições nativas.
A integrante do conselho diretor da Associação Amigos da Terra, Clarissa Abreu, afirma que é fundamental estar atento a capacidade de criação de gado de cada área. Ela diz que a sustentabilidade econômica do bioma está diretamente ligada a essa condição.
“A capacidade da lotação da área da quantidade de cabeças de animais por hectare ela depende de cada área. Então, se for colocado um número maior de animais em uma área que não suporta isso, vai acontecer degradação. Tudo cabe do ajuste técnico, por isso é necessário orientação técnica exatamente para se manter a sustentabilidade, que é não ultrapassar a capacidade do eco-sistema e suprir de alimento aquele gado”, explica.
Conforme Clarrisa, outro fator que contribui para a degradação do ambiente é a exploração de outras atividades, como agricultura. “A sustentabilidade se dá em respeitar a característica do ambiente. Se eu quiser fazer uma atividade que vai agredir aquele ambiente, que vai estar acima da capacidade daquele ambiente de suportar aquela atividade, eu vou degradar”, afirma.
O dia do bioma pampa será comemorado com palestras na Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (17), às 19h. Entre os temas abordados está a ameaça da monocultura à biodiversidade do bioma pampa, com o professor Valério Pillar, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
(Por Bianca Costa, Agência Chasque, 16/12/2009)