Comprar carne bovina, a partir de agora, tornou-se uma atividade relacionada à preservação ambiental. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) lançou, na semana passada, o seu programa de certificação para o segmento. A ideia é não comercializar mercadoria proveniente de áreas desmatadas a partir de 31 de julho deste ano e originária de fazendas que não atendam à legislação ambiental. Em Lajeado, os supermercadistas mostram-se de acordo com as novas exigências.
Boa parte dos frigoríficos já possui um sistema de monitoramento para conhecer a origem da carne comprada ou consumida. “Todos estão compromissados em diminuir o desmatamento e o consumidor está cada vez mais adepto e consciente nas questões ambientais”, afirma o sugestor de compras da Rede Imec, Alaerte Zanon. Hoje, 80% da carne bovina adquirida pela empresa é proveniente do Rio Grande do Sul. O restante vem do Uruguai e de outros estados, de frigoríficos que também aderiram à causa ambiental. “Uma das vantagens é que os consumidores estarão ajudando a preservar a natureza, ou seja, a Amazônia, não comprando carne de áreas de desmatamento.”
No Supermercado STR, a carne bovina colocada à disposição dos clientes é toda proveniente do Rio Grande do Sul. Segundo o responsável pelo açougue, Marco Aurélio Burkhard, isso facilita o controle sobre a procedência da mercadoria. “Pegar um gado de muito longe encarece o custo”, acrescenta. Para ele, não haverá problemas em cumprir a certificação. “Todos tinham de se unir e não comprar o produto dessas regiões para combater o desmatamento.”
O programa
“O brasileiro que aprecia um bom churrasco poderá ter a certeza de que a carne que compra nos supermercados é produzida com responsabilidade socioambiental”, explica o presidente da Abras, Sussumu Honda. Para o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a iniciativa é uma resposta da sociedade brasileira em relação à importância da sustentabilidade. “Trata-se de uma certificação séria e detalhada, que dará garantia para o consumidor de que a carne não vem de áreas de destruição da Amazônia e de nenhum outro bioma”, acredita.
(Por Danton Boattini Júnior, O Informativo do Vale, 16/12/2009)