As quatro famílias quilombolas que vivem na Quadra da Palma, em Encruzilhada do Sul, deverão ter a situação da legalização da posse das terras resolvida. São 12 hectares na localidade de Palmas, distante 40 quilômetros da cidade. Para dar embasamento ao processo, está sendo encaminhado um convênio a ser assinado entre a Universidade de Santa Cruz do Sul e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
A Unisc fará as pesquisas antropológicas, ambientais e históricas. O estudo deverá descobrir os antepassados escravos dos quilombolas e desde quando o grupo vive no local, o que dará direito à posse das terras. A primeira reunião com o Incra já foi realizada, mas a oficialização do convênio deverá ocorrer no início de 2010.
A busca pela legalização do terreno já se arrasta há alguns anos e vinha sendo encabeçada pelo presidente da Associação Quilombola da Palma, Antônio Ronaldo Machado Castilhos, e por Pedro Lúcio Silveira, membro do Movimento Negro de Encruzilhada do Sul. Os 11 moradores do quilombo da localidade de Palmas não conseguem precisar quais os antepassados que foram parar ali, nem de onde fugiram. Dizem que anos atrás viviam mais de 50 famílias, mas a maioria dos negros abandonou o local em busca de trabalho. A falta de conhecimento da escrita e leitura por parte dos antepassados e a ausência de registros são outros fatores que levam ao desconhecimento das origens.
(Gazeta do Sul, 16/12/2009)