O diretor de Planejamento e Avaliação da Política de Transportes do Ministério dos Transportes, Francisco Luiz Baptista da Costa, anunciou há pouco, na Câmara, que no início do próximo ano o ministério começa os estudos para lançar o Plano Hidroviário Estratégico.
“Vamos investigar as hidrovias prioritárias e analisar junto com a Agência Nacional de Águas (ANA) a nova estratégia de desenvolvimento do transporte aquático, até para articular a construção de novas hidrelétricas com eclusas para possibilitar navegação”, afirmou, durante o seminário Portos e Vias Navegáveis: um Olhar sobre a Infraestrutura, organizado pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura Nacional, que ocorre no auditório Nereu Ramos.
Segundo o diretor do Ministério dos Transportes, a ideia é realizar um projeto similar ao estruturado para o modal ferroviário. Ele lembrou que no ano passado foi publicada uma nova lei que inclui no sistema nacional de viação uma nova estrutura de ferrovias, com cerca de 15 mil quilômetros de ferrovias. De acordo com Francisco Costa, as novas ferrovias serão todas de alta capacidade “com bitola larga” voltada a atender a novas áreas de produção, processamento e consumo.
Pouco utilizadas
Já o vice-presidente da Confederação Nacional dos Transportes, Merton Soares Junior, afirmou que dos aproximadamente de 63 mil quilômetros de águas fluviais brasileiras, apenas cerca de 15 mil quilômetros são utilizados para a navegação. Ainda assim, mais da metade, 8 mil quilômetros, encontram-se na Amazônia. De acordo com ele, seria possível atingir 53 mil quilômetros de hidrovias. “O sistema hidroviário é mais barato, menos poluente, e temos todas as condições de chegar a uma Suíça, que tem mais sistema muito maior que o do Brasil”, sustentou.
Merton Junior também ressaltou na necessidade de investimento nos portos do País. Segundo ele, hoje os portos privados brasileiros operam com um pouco mais de 40 contêineres por hora, enquanto nos portos privados esse número não passa de 10. “Lá fora um porto opera mais de 100 contêineres por hora”, comparou.
(Por Maria Neves, com edição de Newton Araújo, Agência Câmara, 15/12/2009)