O potencial do Rio Grande do Sul para geração de energia eólica ganhou destaque no primeiro leilão realizado no país, específico para este segmento. Foram vendidos oito projetos, beneficiando três municípios gaúchos: Santana do Livramento, Osório e Palmares do Sul. Ao todo, a capacidade de geração de energia somará 68 MW, o equivalente a 10,3% dos 753 MW que serão gerados a partir dos projetos negociados no leilão dessa segunda-feira (14).
O investimento médio será de R$ 930 milhões, realizado pelas empresas Coxilha Negra (controlada pela Eletrosul) e Elecnor/Enerfin. O destaque é para o município de Santana do Livramento, onde a obra já está licenciada por órgãos ambientais, e a implantação dos aerogeradores deve iniciar ainda no segundo semestre de 2010. Somente no município, a capacidade de geração será de 33 MW, e a média de investimento será de R$ 165 milhões (o valor médio por MW instalado é de R$ 5 milhões). O deputado Alberto Oliveira (PMDB), que coordenou na Assembleia Legislativa uma subcomissão formada para tratar deste tema, comemorou o resultado.
O parlamentar liderou a realização de reuniões para debater os investimentos e definir políticas de incentivo para as empresas. “A geração de energia eólica vai mais que dobrar no Estado. Isto significa desenvolvimento sustentável, elevando a arrecadação dos municípios beneficiados”, afirmou o deputado. No final de setembro, o parlamentar esteve na sede da Eletrosul, em Florianópolis, verificando os procedimentos necessários para a implantação de parques no Rio Grande do Sul.
Na avaliação de Alberto Oliveira, a região da Fronteira será “enormemente beneficiada, porque a produção energética vai incrementar a economia local, pela criação de vagas de trabalho e pela movimentação financeira que a implantação dos parques eólicos vai gerar”. O Rio Grande do Sul havia habilitado 67 projetos para o leilão.
Os outros estados que receberão investimentos são do Nordeste do país: Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte e Sergipe. A previsão é que o sistema comece a operar em 2012, com contratos de concessão válidos até 2020. A energia servirá como uma espécie de reserva, especialmente em períodos de escassez de chuva, que reduzem a produção das usinas hidrelétricas, principal fonte energética do país.
(Por Celso Bender, Ascom AL-RS, 15/12/2009)
* Colaboração de Natália Pianegonda