Milhares de pessoas abandonaram nesta terça-feira (15/12) a pé seus lares nas proximidades do vulcão Mayon, na região central das Filipinas, enquanto outros tantos eram evacuados pela possibilidade de erupção, indicaram fontes oficiais. O Exército e as autoridades cooperam com os serviços de proteção das Filipinas para evacuar quase 50 mil habitantes em um raio de seis quilômetros em torno do vulcão, que desde ontem expele lava e cinzas.
Rafael Alejandro, responsável dos serviços de proteção civil da zona, explicou que 11.981 pessoas das localidades de Camalig e Daraga, na província de Albay, já foram alojadas em refúgios temporários e escolas até que possam retornar a suas casas. "A evacuação continuará durante os próximos dois ou três dias, nosso objetivo é realocar 9.946 famílias - 47.285 pessoas - das seis localidades mais próximas ao vulcão", indicou.
O Exército enviou 16 caminhões para transferir os afetados e decretou um toque de recolher de 24 horas, unido a fortes medidas de vigilância, para evitar que ninguém entre na zona de perigo. Alejandro indicou que os relatórios científicos assinalam que a atividade do vulcão tem aumentado, e é provável que em breve ocorra uma explosão.
O Instituto Filipino de Sismologia e Vulcanologia elevou ontem o nível de alerta até 3 (em uma escala que vai até 5), perante sinais que indicam que há maior probabilidade de o vulcão entrar em erupção em algumas semanas. O alerta 4 indica uma iminente erupção explosiva do vulcão.
"Por enquanto a atividade do Mayon não causa um perigo iminente, mas o óxido de enxofre poderia se acumular e obstruir a cratera, o que aumentaria a pressão e provocaria uma erupção explosiva", advertiu Renato Solidum, diretor do Instituto Filipino de Vulcanologia.
A atividade do Mayon é seguida de perto pelos vulcanólogos desde julho deste ano, quando aumentou sua atividade após quase três anos adormecido. Com uma altura de 2,462 mil metros e conhecido como "o cone perfeito", o Mayon é um dos vulcões mais ativos das Filipinas. A pior de suas 45 erupções conhecidas foi em 1814, quando matou aproximadamente 1,2 mil pessoas e enterrou uma cidade inteira.
(EFE / Folha Online, 15/12/2009)