O trecho inicial e as formas de financiamento estão em estudo
O Ministério das Cidades vai publicar, nesta semana, uma portaria instituindo um grupo de trabalho para debater o sistema de implantação da linha 2 do metrô em Porto Alegre. É possível que representantes da prefeitura, governo do Estado e de diversos ministérios venham a se reunir pela primeira vez, ainda neste ano, para dar início às discussões sobre o tema.
Em reunião realizada ontem na Assembleia Legislativa (AL), o secretário nacional de Transportes e Mobilidade Urbana, Luiz Carlos Bueno de Lima, garantiu que o governo federal apoia a construção do metrô na Capital. "Só precisamos chegar a um consenso a respeito do que é prioritário. A previsão inicial - planejada em função da Copa do Mundo de 2014 - de construir o trecho ligando o Centro ao estádio Beira-Rio, me parece inviável neste momento", comenta.
Segundo ele, a intenção da União é efetuar a primeira intervenção pela zona Norte, no eixo da avenida Assis Brasil, beneficiando usuários do transporte coletivo que se deslocam de cidades da Região Metropolitana. "O grupo de trabalho vai estabelecer este diagnóstico até março do ano que vem para que possamos então passar à etapa seguinte, ou seja, a forma de financiamento da obra."
O secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico de Porto Alegre, Clóvis Magalhães, diz que a prefeitura concorda em priorizar o trecho da Assis Brasil. "Já estamos trabalhando em um projeto mais imediato, que são os Portais da Cidade. A solução do metrô é algo para médio ou longo prazo e que pode ser compatibilizada com o de ônibus", avalia.
O sistema dos Portais se caracteriza pela interligação entre linhas de ônibus. A transferência dos passageiros de uma linha para outra será feita em plataformas, construídas em grandes terminais instalados em pontos centrais da cidade.
Apesar da afirmativa do secretário, o caso ainda não parece ter a concordância geral. O superintendente de Desenvolvimento e Expansão da Trensurb, Humberto Kasper, lembrou que é preciso definir prioridades. "Não podemos correr o risco de sobrepor projetos na mesma região, dificultando assim a obtenção de investimentos". Na visão dele, o grupo de trabalho pode chegar ao desejado consenso no prazo de até três meses.
"Depois de decidirmos por onde começar, vamos discutir a forma de financiar". As opções seriam, segundo ele, através de um sistema de uma Parceria Público-Privada ou com recursos do Orçamento Geral da União. "Mas é necessário agilidade para que possamos incluir a demanda no chamado PAC II."
No entanto, a perspectiva de construção da linha 2 do metrô em Porto Alegre ainda parece estar longe de um horizonte próximo. O custo da obra, com cerca de 37 quilômetros de extensão, gira em torno dos R$ 3,4 bilhões.
(JC-RS, 15/12/2009)