A proposta de criação de uma nova reserva em Roraima, defendida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente), foi criticada pelo senador Augusto Botelho (PT-RR) nesta sexta-feira (11/12), durante pronunciamento em Plenário.
- Isso é uma insanidade - protestou ele, assim como já havia feito na terça-feira (8).
Segundo o parlamentar, quase 57% do território de Roraima estão em áreas de preservação - e, desse total, cerca de 10 milhões de hectares se referem a terras indígenas. Por causa disso, ressaltou ele, "sobram para o estado menos de 10 milhões de hectares".
Com a nova reserva, o instituto pretende criar uma unidade de conservação do lavrado. No entanto, Augusto Botelho argumenta que já existem, nas terras indígenas de Roraima, quase dois milhões de hectares de lavrados "nos quais não se pode mexer".
O senador também lembrou que, para criar a reserva, será necessário remover os atuais moradores do local, no município de Bonfim. Ele disse que "muitos dos produtores que estão lá são pessoas que foram expulsas de Raposa Serra do Sol, pegaram sua indenização e compraram um pedaço de terra por lá".
- Antes de qualquer medida, é necessário ouvir as pessoas que serão afetadas por ela - declarou.
Por meio de aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) apoiou Augusto Botelho, concordando com seus argumentos, e criticou o governo federal. Mozarildo disse que está "até desconfiando que tudo isso seja uma jogada marketing para reeleger o líder do governo como senador [referindo-se a Romero Jucá]".
- Ele [Jucá] diz que vai impedir a criação da nova reserva. Mas por que nao impediu as outras, se já era líder do governo? - questionou ele.
(Agência Senado, 11/12/2009)