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cop/unfccc plano climático adaptação à mudança climática
2009-12-14

Enquanto o representante do clima dos EUA muda de negociador, Todd Stern às vezes parece brincar de malvado, e parece se divertir com isso.

Ele chegou a Copenhague na quarta-feira, tomou uma chuveirada rápida, então participou de uma coletiva de imprensa. Em sua fala, ele amaldiçoou os chineses por não fazer nada para reduzir as emissões dos gases das mudanças climáticas, os europeus por exigir demais dos EUA e os países pequenos e pobres que exigem “compensações” dos países ricos pela poluição que causaram no planeta.

“Nós reconhecemos completamente nosso papel histórico quanto aos gases que emitimos na atmosfera”, disse Stern em tom severo. “Mas a sensação de culpa ou culpabilidade ou reparações, eu as rejeito categoricamente”.

Mas também há um bonzinho também. Aqueles que trabalham ou já se sentaram em uma mesa de negociação com ele dizem que ele pode ser brusco, geralmente Stern acomoda discreto e extremamente hábil em lidar com um dos portfólios mais difíceis na diplomacia do governo.

Jairam Ramesh, ministro do Meio Ambiente da Índia e representante na negociação do clima, disse nesta semana que “obviamente que a postura da Índia quanto às mudanças climáticas é bem diferente da posição dos EUA, e há muitas coisas na política dos EUA das quais eu discordo totalmente, mas que não são obstáculos para o desenvolvimento de nosso bom relacionamento pessoal”, ao falar sobre Stern.

Ramesh relembrou de um longo passeio que fez ao lado de Stern ao redor do lago em Copenhague, no último mês, durante um encontro preliminar à grande conferência climática que está ocorrendo neste mês. Os dois homens se engajaram em uma discussão detalhada sobre um assunto técnico, porém importante sobre as negociações do acordo climático: como verificar que os países em desenvolvimento estão cumprindo as promessas de redução de emissões.

Os EUA insistem em um regime razoavelmente intrusivo de monitoração, principalmente para aqueles projetos que receberem financiamento internacional. A Índia e outros países em desenvolvimento rejeitam algumas dessas medidas como uma infração da soberania dos países. Apesar de não chegarem a um acordo durante o passeio, Ramesh disse: “nós discutimos nossas diferenças francamente. Ele me entendeu melhor, eu acho, e com certeza compreendi totalmente seus fundamentos”.

Stern, 58, foi nomeado enviado especial para a mudança climática no fim de janeiro. Ele passou ao posto vindo de uma área mais política do que técnica, apesar de ter se envolvido com mudanças climáticas em 1997, quando ele era membro da equipe de negociação do Protocolo de Kyoto, na administração de Clinton.

Alguns países, principalmente na Europa, gostariam de ver o resultado dessa rodada de negociações como uma extensão ou expansão do acordo de Kyoto – disposições importantes as quais expiram em 2012 -, mas agora com o envolvimento dos EUA. E o malvado sai de cena.

“Com certeza não vamos aderir ao Protocolo de Kyoto, então isso não está em jogo”, disse Stern na coletiva de imprensa nesta quarta-feira. “Se você quer dizer pegar o Protocolo de Kyoto e colocar nele um novo título, também não vamos fazer isso”.

Uma autoridade sênior da administração, que é parte da atual equipe de negociação climática, disse que parte da severidade de Stern vem da experiência de um ano no cargo de porta-voz dos EUA para uma agenda frequentemente impopular.

“Isso é um assunto no qual os EUA tradicionalmente não têm muitos amigos”, disse o oficial, que pediu para não ser identificado para que pudesse falar com mais liberdade. “Eu me lembro de um encontro anterior no qual você não acharia que houve uma eleição aqui. Esses outros representantes estavam acostumados a acabar com os EUA sob a administração Bush que Todd e eu tínhamos de lembrá-los que agora há uma administração diferente e uma abordagem diferente”.

Stern disse que uma das maiores frustrações para ele foi a incapacidade de seus pares para entender sob quais coações políticas ele deve operar.
 
“Eles olham o que o Congresso já fez e dizem, “vocês não conseguem reduzir mais 10%? A resposta é não, não mesmo”, disse Stern. “Eles já aprendeu mais sobre nosso sistema congressional e coisas como regras de obstrução do que eles provavelmente gostariam de saber”.

(Por John M. Broder, The New York Times / Último Segundo, 11/12/2009)


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