(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
amianto eternit fundação avina
2009-12-14

No fim do dia que marcará uma época – o início das grandes audiências contra dois magnatas do amianto, os chefes da Eternit –, o advogado da parte civil Sergio Bonetto diz: "Esse processo é a recomposição de 30 anos de história, para fazer com que o amianto seja colocado de lado em todo o mundo. Une o passado ao presente e ao futuro. É um evento único, de peso internacional". O procurador substituto de Turim, Raffaele Guariniello, ao lado dos colegas Gianfranco Colace e Sara Panelli, conseguiu levar a juízo o barão belga Jean Louis De Cartier De Marchienne e o bilionário suíço Stephan Schmidheiny, que se tornou, enquanto isso, um radical ecologista.

Eles são acusados de desastre ambiental doloso e omissão de cautelas. Estavam na chefia de estabelecimentos da Eternit em Casale Monferrato, Cavagnolo, Rubiera, Bagnoli, na Itália. Não se apresentaram, declarados contumazes, à audiência de abertura de um processo que se anuncia longo, complexo e sofrido. Pelo contrário, havia centenas de pessoas, os parentes das quase 2.200 pessoas mortas pelas "fibre-killer" do asbesto, parte dos 700 doentes com os pulmões devastados pelos mesoteliomas e nenhuma esperança de cura, os habitantes das regiões ainda infectadas com os rejeitos das manufaturas e com os pós assassinos que acabaram nos telhados, jardins, prédios públicos e privados.

E estavam também as delegações que chegaram dos Estados europeus que olham para Turim como exemplo e estímulo. França, Suíça, Holanda, Bélgica. Mineradores, portuários, viúvas, pensionistas. Os rostos dos outros mortos, retratados nos cartazes fixados entre os banners e os slogans em mais línguas, as bandeiras vermelhas da Cgil [Confederação Geral Italiana do Trabalho] e dos sindicatos de base, o pedido de justiça gritado nas bandeiras tricolores, os representantes da associação que reúne operários e vítimas de uma outra tragédia, o incêndio da Thyssenkrupp.

No colégio dos defensores da parte civil apoiados pela Cgil, entraram dois advogados suíços, dois franceses, um alemão, um belga. A multinacional das vítimas, chamaram-na, contra a multinacional do amianto. "Há anos, colaboramos com os colegas italianos – explica Jean Paul Teissonniere – na troca de informações e de experiências. Para a França, esse processo é um modelo: esperamos conseguir fazer entre nós o que está sendo feito aqui. A mobilização dos parentes das vítimas italianas e a procuração contribuíram para mexer as coisas em outros Estados europeus. Há 15 dias, o presidente da Eternit França foi novamente enviado a juízo".

Jean Fermon, advogado belga, acrescenta: "Esperamos que na Bélgica o sindicato se comprometa como o italiano. As multinacionais do amianto, durante décadas, usaram a chantagem ocupacional: trabalhar para morrer, ou viver sem trabalho. Agora, esse processo responde à demanda por justiça".

Para acolher as partes, cerca de 70 advogados, o público e os jornalistas de meia Europa – e para permitir a formalização de 1.600 novas constituições da parte civil, em parte sobrepostas e em parte acrescidas às 716 depositadas na audiência preliminar –, foram organizadas e reunidas em áudio e vídeo quatro salas do Palácio de Justiça e um auditório no palácio vizinho da administração provincial.

A primeira audiência, que começou pouco depois das 10 horas, ocorreu toda sobre questões burocráticas e processuais e sobre o apelo dos presentes. O presidente do Conselho pro tempore, citado como responsável civil de uma senhora de Casale, foi representado por dois advogados do Estado: pediram que ele fosse excluído do processo. O novo prefeito do PDL [Partido Popolo della Libertà] de Casale, epicentro da hecatombe e das tragédias privadas que se tornaram uma batalha coletiva, pensa ao invés sobretudo na imagem. "Destruíram-na. Deverão nos ressarcir".

(Por Lorenza Pleuteri, La Repubblica / IHUnisinos, com tradução de Moisés Sbardelotto, 12/12/2009).


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -