Cerca de 30 mil manifestantes se reuniram neste sábado (12/12) em Copenhague no início de um grande ato durante a Cúpula sobre o Clima da ONU, na capital dinamarquesa, segundo estimativas da polícia local. Os manifestantes fazem parte do cortejo que iniciará sua trajetória de seis quilômetros, que vai do centro da cidade ao Bella Center, sede do evento. Os organizadores da manifestação, por sua vez, falavam em cerca de 100 mil pessoas participando da manifestação.
Os manifestantes pedem um acordo justo e ambicioso na conferência. Copenhague acolhe desde segunda-feira, até o próximo dia 18, os delegados de 193 países com a missão de alcançar um acordo para lutar contra o aquecimento global, que deve entrar em vigor em 1º de janeiro de 2013.
Na capital dinamarquesa, os manifestantes carregavam faixas e placas com protestos -- "Bla Bla Bla. Act now!" ("Blá Blá Blá. Ajam agora!"); "There is no planet B" ("Não existe planeta B"); "Change the politics, not the climate" ("Mudem a política, não o clima"), diziam algumas. Alguns estavam fantasiados de ursos polares, outros de pandas.
"Essa é a hora certa para gritar e fazer os líderes entenderem que o assunto é sério para todos nós. Vamos esperar que escutem", disse a estudante Lin Che, 28, de Taiwan, à agência de notícias Reuters. "Queremos que diferentes países do mundo sinalizem um acordo forte para parar a mudança climática", disse Olivier Gilbert, 30, de Lyon (França). "Se formos 100, não faremos diferença. Se formos 10 milhões, eles sentirão a pressão."
Na Austrália, cerca de 10 mil pessoas se manifestaram, abrindo uma jornada mundial por maiores ações dos líderes políticos de luta contra a mudança climática. "Queremos que os líderes mundiais consigam um tratado e que deem e garantam um futuro seguro para todos nós", disse James Dannenberg, porta-voz da quinta edição da manifestação australiana "Caminhada Contra o Aquecimento".
Milhares de militantes se reuniram em frente à sede do parlamento australiano em Canberra (capital do país), enquanto outras se manifestavam nas ruas de Sidney e Melbourne.
Violência
Um grupo de quase 300 manifestantes inteiramente vestidos de preto atacou vitrines hoje no centro de Copenhague, após a largada da manifestação, constatou um jornalista da agência de notícias France Presse. Um porta-voz da polícia disse à Reuters que outras manifestações não autorizadas estão sendo monitoradas. Segundo ele, 11 pessoas foram detidas por perturbar a paz, violar a legislação de porte de armas e de posse de drogas.
A organização da cúpula informou hoje que vai restringir a partir de terça-feira (15) o número de ativistas de ONGs (organizações não governamentais) que entram diariamente na conferência, devido ao excesso de participantes.
Para entrar na conferência, a partir de terça-feira (15) representantes de ONGs e OIGs terão de apresentar uma credencial com foto, entregue a todos os participantes, e um segundo cartão de identificação. A organização destinará a cada ONG uma determinada cota de novas autorizações de acesso. Quando esse limite for alcançado, nenhum outro representante daquela entidade poderá entrar na cúpula.
"Por motivos de segurança, a capacidade do Bella Center está limitada a 15 mil pessoas. A secretaria esteve acompanhando o nível de acessos ao evento, que está se aproximando progressivamente do limite", destaca uma nota. De acordo com os organizadores, a ONU registrou aproximadamente 30 mil pessoas para a cúpula, 14 mil das quais seriam de diferentes ONGs. Por conta disso, as restrições serão aplicadas a estas instituições e também a OIGs (organizações intergovernamentais).
(Folha Online, com informações de EFE, France Presse e Reuters, 12/12/2009)