A China insistiu nesta quinta-feira (10/12) na necessidade de se chegar a um acordo vinculativo na Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP15), em Copenhague, apesar de ter aberto a possibilidade de deixar alguns aspectos de fora e que poderiam ser negociados no ano que vem.
"Confiamos em fechar um acordo global e vinculativo em Copenhague, não podemos desperdiçar esta oportunidade, embora não haja consenso em alguns aspectos. Podemos seguir negociando depois, dentro do Mapa do Caminho marcado em Bali - na reunião realizada no fim de 2007- e pela ONU", declarou hoje o diretor do departamento chinês de Mudança Climática da Comissão do Desenvolvimento Nacional, Su Wei.
O chefe da delegação chinesa em Copenhague enfatizou que "não é correto forçar ideias que outros não podem aceitar".
Sobre as declarações de seu colega americano, Todd Stern, exigindo que a China se comprometa a reduzir suas emissões de dióxido de carbono (CO2), lembrou que a COP15 é uma continuação do Protocolo de Kioto e que o acordo deixa claro que só os países ricos estão obrigados a cumprir com esses compromissos.
Su disse que a China seguirá aumentando suas emissões em função de seu desenvolvimento, apesar de ter se mostrado confiante em alcançar "em breve" o pico máximo, e pediu que sejam acordadas em Copenhague ações urgentes de financiamento e de transferência tecnológica para mitigação e adaptação dos países em desenvolvimento, incluindo o seu.
O representante chinês fez comentários irônicos sobre o compromisso de redução de emissões dos EUA de 17% em relação a 2005, o que, comparado com o nível de 1990, significaria, segundo seus cálculos, um corte de 0,2%.
Pediu, além disso, ao presidente americano, Barack Obama, que traga "boas notícias e esperança" à cúpula, aonde chegará no dia 18, e o felicitou por ter recebido o prêmio Nobel da Paz hoje, em Oslo.
(G1 / AmbienteBrasil, 11/12/2009)