A partir da próxima segunda-feira (14/12), o secretário estadual do Meio Ambiente passa a integrar a comitiva oficial brasileira na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague. Berfran Rosado foi o único secretário de Meio Ambiente dos três estados do Sul a participar da reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas - preparatória à COP15 - ocorrida em novembro com o presidente Lula , quando foi entregue a Carta com as contribuições dos Fóruns de Mudanças Climáticas do RS, SC e Paraná ao governo federal com vistas à COP15.
No documento, os Fóruns da região Sul apoiam o compromisso brasileiro de controlar e reduzir as emissões e defendem a meta de redução de desmatamento de 70%, ou mais, até 2020, já assumida pelo governo brasileiro. Contudo, querem que a medida seja aplicada para todos os Biomas brasileiros. Os fóruns entendem que o REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação) deve ser financiado por um fundo específico. Da mesma forma, os integrantes da região Sul solicitam a ampliação do Fundo Amazônia para outros biomas, levando em consideração as características regionais, criando-se, assim, o Fundo Nacional de Redução do Desmatamento. Além disso, defendem que o governo federal tenha um sistema de controle e monitoramento da produção de biocombustível, para assegurar que as práticas de manejo sejam sustentáveis.
Presidente do Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas (FGMC), Berfran também reuniu-se, na última semana, com o geólogo e professor da Ufrgs, Jefferson Cardia Simões, conhecido como “homem do gelo”. Cientista com doutorado no Instituto de Pesquisa Polar Scott da Universidade de Cambridge, Cardia é o primeiro brasileiro a especializar-se em glaciologia, a ciência do gelo em todas as suas formas e seu papel no sistema ambiental. Integrante do Comitê Nacional de Pesquisas Antárticas, Cardia também é membro do FGMC.
No encontro, Berfran e Cardia trataram dos extremos climáticos (secas e enchentes) que o Estado vem enfrentando. Para o cientista, estes fenômenos certamente serão compreendidos e previsíveis se todos entenderem o que ocorre na Antártica e os impactos e consequências que o aquecimento global provocará sobre esse continente. Para ele, esta discussão é tão importante quanto o monitoramento do desmatamento da Amazônia e seus efeitos sobre o clima do RS.
(Sema, 10/12/2009)