A China negou nesta quinta-feira que existam divergências entre os países em desenvolvimento que participam na Conferência de Copenhague sobre o aquecimento global, depois que Tuvalu sugeriu a adoção de metas vinculantes de emissões das grandes nações emergentes.
"Qualquer pretensão de pedir que os países em desenvolvimento assumam obrigações forçosas é imcompatível com o consenso já alcançado pela comunidade internacional", afirmou Duan Jielong, alto funcionário do ministério das Relações Exteriores. "Neste assunto, os países em desenvolvimento compartilham amplamente este ponto de vista", acrescentou.
Tuvalu, um pequeno arquipélago de nove atóis de coral e 11.000 habitantes no Pacífico Sul, surpreendeu ao pedir na quarta-feira em Copenhague que grandes nações emergentes como Brasíl, China e Índia aceitem compromissos vinculantes no futuro acordo contra o aquecimento global, que deve substituir o Protocolo de Kioto.
O Protocolo afirma que os países em desenvolvimento estão isentos de assumir metas vinculantes de redução das emissões de gás carbônico.
Segundo Taukiei Kitara, o delegado de Tuvalu em Copenhague, o pedido de seu país foi apoiado por outros pequenos Estados insulares particularmente ameaçados pelo aquecimento global, pelo grupo de Países Menos Avançados (PMA) e pela Costa Rica. Mas foi rejeitado por Brasil, China, Índia e Arábia Saudita.
A proposta de Tuvalu evidenciou pela primeira vez a existência de discrepâncias no G77, uma coalizão de quase 130 países em desenvolvimento.
(AFP / UOL, 10/12/2009)