Um número crescente de casos de canibalismo entre ursos-polares está sendo registrado no mundo devido às alterações climáticas, afirmaram ativistas que combatem o aquecimento global. Em um estudo feito em 2006, cientistas norte-americanos e canadenses apontaram que os ursos-polares seriam forçados a comer a carne da própria espécie por causa do degelo no Ártico, que elimina as plataformas geladas onde eles podem caçar focas.
A imagem de um urso-polar macho arrastando a cabeça de um filhote da mesma espécie, que se separou de sua mãe perto da baía de Hudson, no Canadá, foi noticiada nesta quarta-feira em jornais britânicos.
Na terça-feira, a Associação Meteorológica Mundial informou, durante o segundo dia de atividades da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Copenhague, na Dinamarca, que a presente década está a caminho de se tornar a mais quente desde que tiveram início os registros de 1850 para cá.
Nada de anormal
Um líder dos inuits, nação indígena esquimó local, não acredita na relação entre o canibalismo dos ursos-polares com os efeitos das alterações climáticas. Para Jose Kusugak, presidente da Associação Inuit Kivalliq, “um exemplar macho comendo um filhote se torna uma grande história e aproveitam para relacioná-la às mudanças climáticas”. “É um absurdo dizer isso quando se trata de uma ocorrência normal da natureza”, afirmou o líder.
COP-15
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, de 7 a 18 de dezembro, que abrange 192 países, vai se reunir em Copenhague, na Dinamarca, para a 15ª Conferência das Partes sobre o Clima, a COP-15. O objetivo é traçar um acordo global para definir o que será feito para reduzir as emissões de gases de efeito estufa após 2012, quando termina o primeiro período de compromisso do Protocolo de Kyoto.
(Terra / ANDA, 09/12/2009)