Não é à toa que o Moinhos apresentou “zero” no Índice de Infestação Predial no último levantamento sobre dengue da Secretaria Municipal da Saúde. Na percepção do presidente da Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Moinhos de Vento (Moinhos Vive), Raul Agostini, tal resultado é fruto de um esforço coletivo.
Para Agostini, o bairro pode ser considerado uma referência no que se refere ao combate à proliferação do Aedes aegypti. Segundo o representante do Moinhos Vive, os moradores do bairro são muito informados e conscientes sobre os riscos da dengue.
– Em geral, todos fazem sua parte, evitando qualquer acúmulo de água em suas residências – garante.
No edifício Saint Jean Cap Ferrat, na Santo Inácio, o combate ao inseto vetor da doença é feito por meio de ações individuais e coletivas. Conforme o zelador Pedro Silveira, os moradores se comprometeram em redobrar a atenção às plantas que cultivem em seus apartamentos.
– Todos sabem que as plantas devem ser regadas com o mínimo de água, ou seja, com a quantidade suficiente apenas para nutri-las. Caso contrário, pode haver acúmulo – afirma.
No jardim do condomínio não há vasos, as plantas são cultivadas diretamente na terra. A intenção é, conforme Silveira, eliminar qualquer possibilidade de proliferação da dengue.
Na mesma rua, no edifício Metropolitan, o cultivo de flores e plantas sem a presença de vasos também foi adotada com alternativa. Há cerca de um ano, os moradores do prédio decidiram eliminar todos vasos que enfeitavam o jardim.
Além disso, as piscinas são monitoradas diariamente e limpas toda quinta-feira. As caixas d’ água são mantidas em um compartimento fechado.
– Procuramos fazer a nossa parte – orgulha-se o zelador Neres Oliveira.
Saiba mais
O “piscinão” do qual a leitora reclama no texto da capa, foi tema de matéria em zerohora.com, em fevereiro deste ano
Contraponto
O que diz a Secretaria Municipal da Saúde, por meio da assessoria de imprensa
O local não tem irregularidade. Agentes conferem a cada mês a situação, e os proprietários estão cumprindo com o que é solicitado. Não há risco de proliferação do mosquito da dengue porque a água acumulada é suja.
O que fazer
> O cidadão que deparar com um caso de prédio abandonado com acúmulo de água e lixo deve lcomunicar a prefeitura pelo 156 e fazer uma denúncia. Para tanto, deve ter o endereço exato do local, com o nome da rua e o número.
> A Secretaria Municipal do Meio Ambiente não atua em propriedades privadas. O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) pode ser ativado pelo 156 se houver acúmulo de lixo. O departamento notifica o proprietário, que ganha um prazo de 15 dias para fazer a limpeza. Caso não o faça, o DMLU pode efetuar o serviço e cobrá-lo no IPTU.
> Na questão de risco à saúde, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) entra em cena. Novamente, a reclamação deve ser feita pelo 156. O problema é conferido pelos fiscais da SMS. Quem comunica é informado sobre a situação, e pode acompanhá-la por meio do número do protocolo.
(Zero Hora, 10/12/2009)