Geraldo Leal, alvo de denúncias, tocava projeto de reassentamento da prefeitura da Capital
Um dia depois de vereadores e deputados de oposição questionarem sua participação na coordenação do Projeto Integrado Socioambiental (Pisa), o engenheiro Geraldo Portanova Leal pediu afastamento da função ontem.
O pedido, tratado pela prefeitura como uma questão de foro íntimo, foi aceito pelo secretário de Gestão, Clóvis Magalhães. O secretário defendeu o engenheiro nomeado em julho e cedido pela Corsan. Magalhães ressaltou as qualidades técnicas e o trabalho desenvolvido por Leal no Pisa. No projeto, o técnico coordenava as ações de reassentamento, que devem retirar 1,7 mil famílias das margens do Arroio Cavalhada.
– Em respeito à figura humana, que queremos preservar do uso político, a prefeitura aceita a decisão de Leal – disse Magalhães.
Na segunda-feira, parlamentares questionaram o fato de Leal ser alvo de denúncias do Ministério Público Estadual por peculato e improbidade administrativa. Para o MP, Leal esteve envolvido em supostas irregularidades nos convênios entre o Detran e a Federação Nacional de Empresas de Seguros Privados (Fenaseg).
O Pisa, um dos principais projetos da administração José Fogaça (PMDB), está no centro da guerra entre a prefeitura e a oposição desde a semana passada. A presidente da CPI da Corrupção, deputada Stela Farias (PT), afirmou que acordos entre integrantes da prefeitura e empresas para dirigir licitações do Pisa foram captados por escutas da Operação Solidária, da Polícia Federal (PF).
A PF confirma a existência de indícios de irregularidades no Pisa, mas ainda não decidiu se há elementos para abertura de inquérito ou não. O diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Flavio Presser, nega qualquer irregularidade nas 14 licitações já realizadas até agora no âmbito do projeto.
(Zero Hora, 09/12/2009)