A gripe suína, provocada pelo vírus H1N1, causa lesões no conjunto das vias respiratórias, da traqueia aos alvéolos pulmonares, do mesmo modo que as mortíferas pandemias gripais de 1918 e 1957, revela um estudo publicado nesta terça-feira nos Estados Unidos.
Gripe Suína
Pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde (National Institutes of Health) e autoridades sanitárias da cidade de Nova York analisaram amostras de tecidos de 34 pessoas mortas pela gripe suína e descobriram "uma variedade de lesões, tanto nas vias respiratórias superiores como nas vias inferiores", assinala Jeffery Teubenberger, um dos autores do estudo publicado no site do "Archives of Pathology and Laboratory Medicine".
Em todos os casos analisados a traqueia e os brônquios estavam inflamados e, em algumas vítimas, gravemente deteriorados.
Os pesquisadores observaram lesões nos brônquios em mais da metade dos casos (18), e em cerca de 75% das 34 vítimas analisadas (25) havia ferimentos até nos alvéolos pulmonares.
"Esse tipo de patologia nos tecidos respiratórios é similar ao observado nas vítimas das pandemias de gripe de 1918 e 1957", declarou Taubenberger, especialista do Instituto Nacional americano de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID, sigla em inglês).
Em 9 a cada 10 casos as vítimas já tinham problemas de saúde --especialmente cardíacos e respiratórios--, deficiência do sistema imunológico ou estavam grávidas, algo também já observado nas pandemias de 1918 e 1957.
Mas o estudo revela uma nova característica, comum a 75% das vítimas fatais da gripe suína: a obesidade. "A obesidade não foi associada às pandemias precedentes e a ligação entre a obesidade e a gripe não está clara", destaca Taubenberger.
(France Presse / UOL, 09/12/2009)