No dia 15 de novembro, Osmar dos Santos Lima, 54 anos, foi assassinado brutalmente em Jaci-Paraná, distrito de Porto Velho (RO). Osmar era uma liderança da região onde está sendo construída a Usina Hidrelétrica de Jirau e atuava na organização dos atingidos pela barragem. Este é mais um fato que representa o aumento do número de casos de violência onde são construídas as barragens.
Além de assassinatos, na região onde estão sendo construídas as barragens de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, houve o aumento dos casos de prostituição, alcoolismo e pontos de drogas. “Todos esses problemas todos vêm junto as barragens e quem mais sofre é a população local que perdeu o sossego”, disse uma liderança local.
O que fica depois da obra é uma enorme dívida social e ambiental aos atingidos. As famílias desalojadas pela UHE Samuel, construída há 20 anos próxima a Porto Velho, ainda esperam ser indenizadas e estão lutando por isso. “O próprio presidente Lula reconheceu a dívida social que tem com os atingidos, queremos receber o que é nosso por direito”, disse uma moradora que se assusta com o que está acontecendo agora com os ribeirinhos do Madeira, afirmando que a política das empresas privadas no tratamento às populações é autoritária e violenta.
A Suez-Tractebel é a principal empresa acionista do consórcio que está construindo a usina de Jirau. Para o Movimento dos Atingidos por Barragens, entre todas as empresas privadas construtoras de barragens no Brasil, esta é a mais violenta e repressiva. “Não é de se estranhar que os conflitos aumentem onde esta empresa se instala”, disse uma das lideranças do Movimento, que pede uma séria investigação sobre a morte de Osmar.
O Movimento denuncia o processo de criminalização cada vez maior que os atingidos por barragens vêm sofrendo, exige o vim da violência e pede a punição imediata dos culpados, temendo que novos casos possam vir a acontecer.
(MAB, 04/12/2009)