Um levantamento da Defesa Civil do Rio Grande do Sul indica que 168 municípios do Estado já decretaram situação de emergência desde o início de novembro por conta de vendavais, tornados, enxurradas e alagamentos. Mesmo que as chuvas torrenciais tenham parado há uma semana, o número continua subindo porque muitas prefeituras esperam a verificação dos prejuízos para emitir seus decretos. Em alguns casos, os documentos chegam à Defesa Civil dois ou três dias depois de serem elaborados pelas administrações municipais.
Nesta terça-feira (8), entraram na lista as prefeituras de Porto Vera Cruz, Santa Cruz do Sul, Tapes, Novo Cabrais e Formigueiro. A prefeitura do Rio Grande, na zona sul do Estado, também decidiu que vai decretar situação de emergência depois de verificar que as áreas mais baixas e as ilhas do território municipal estão cobertas de água. O fenômeno não é provocado por chuvas no local, mas pela combinação de dois fatores externos. O primeiro é a elevação da Lagoa dos Patos, que recebe a água de diversos rios do interior. O outro é a presença do vento sul, que represa a água, tornando lenta sua descida para o Oceano Atlântico.
Mesmo que dezenas de casas estejam sob ameaça de inundação, as famílias optaram por permanecer dentro delas, à espera de que as águas baixem rapidamente assim que o vento mudar.
Em todas as demais regiões do Estado os rios estão baixando. Mesmo assim, o boletim mais recente da Defesa Civil, emitido na tarde desta terça-feira, indica que 7,8 mil pessoas permanecem desalojadas, morando temporariamente em casas de amigos e parentes, e outras 4,5 mil seguem desabrigadas, em ginásios de esportes, salões comunitários e escolas disponibilizados pelas prefeituras. Os temporais de novembro também deixaram um saldo de oito mortos. Os óbitos ocorreram nos dias 19 e 20.
(Agência Estado, JC-RS, 09/12/2009)