Os nanotubos de carbono vêm ocupando os dois lados de uma polêmica no mundo científico há vários anos: de um lado, eles são vistos como um dos materiais mais promissores já encontrados pela ciência, com utilizações possíveis que vão da eletrônica até materiais super-resistentes e ultra leves.
No outro lado da polêmica estão os eventuais efeitos que os nanotubos podem ter sobre a saúde humana. Sendo menores do que as células, alguns estudos apontam que eles possuem uma toxicidade potencial que supera largamente a do já quase totalmente banido amianto.
Nanotubo, hipercrescimento
Mas, de acordo com uma pesquisa feita na Universidade do Arkansas, quando se trata de células vegetais, mais especificamente de sementes de tomate, os nanotubos têm efeitos que podem revolucionar a agricultura, com um potencial gigantesco de elevação da produção.
Os cientistas descobriram que as sementes de tomate expostas aos nanotubos de carbono de parede única - tubos de carbono cuja parede tem um único átomo de espessura - germinaram mais rapidamente e geraram mudas muito maiores e mais fortes do que as sementes da mesma linhagem que não passaram pelo tratamento. Segundo os pesquisadores, esse efeito de incremento no crescimento dos vegetais pode representar uma revolução na produção de biomassa, seja de alimentos, seja de vegetais para a produção de biocombustíveis.
Nano-agricultura
A descoberta inaugura o campo da nano-agricultura, a aplicação da nanotecnologia ao cultivo industrial de vegetais. A análise das sementes indica que os nanotubos de carbono penetram na camada externa mais dura das sementes, eventualmente elevando a capacidade de absorção de água, o que poderia explicar o estímulo ao crescimento da planta.
"Os efeitos positivos dos nanotubos de carbono sobre a germinação das sementes poderão ter importância econômica significativa para a agricultura, a horticultura e para o setor de energia, na produção de biocombustíveis," afirmam os pesquisadores.
Os resultados ainda são primários e a interpretação das razões que levaram ao maior crescimento das plantas ainda deverá ser objeto de novos estudos. A seguir, os cientistas deverão avaliar o destino dos nanotubos de carbono depois que as plantas crescem.
(Inovação Tecnológica / AmbienteBrasil, 07/12/2009)