O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou nesta sexta (04/12) que a estatal desistiu do projeto de Tarumã (Goiás), que previa a construção de uma unidade de etanol em parceria com a trading japonesa Mitsui, que utilizaria o combustível para a produção de energia elétrica no Japão. "Desistimos do projeto de Tarumã", afirmou o executivo, sem revelar o motivo.
Apesar disso, Gabrielli disse que o interesse da empresa em entrar no mercado de etanol continua grande. "Temos vários outros projetos em andamento na área de biocombustíveis, inclusive etanol. Mas não vou dar nome a nenhum deles." O executivo participou hoje, em São Paulo, do Encontro Anual da Indústria Química, promovido pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
Preços
Gabrielli afirmou hoje que a estatal não estuda criar um preço diferenciado do gás natural para a indústria química, que utiliza o insumo como matéria-prima. "Não estamos fazendo nenhum estudo sobre isso. A Petrobras tem uma política de preço que vende o gás às distribuidoras. Se a distribuidora vai vender para A, B, C, vai usar política de preço A, B ou C. É um problema da distribuidora, não é um problema da Petrobras", disse o executivo.
Segundo Gabrielli, a Constituição não permite que a Petrobras venda diretamente ao consumidor. "No caso de São Paulo, inclusive, até pouco tempo atrás a Petrobras não poderia participar do mercado de distribuição. Atualmente ela pode, porque houve uma mudança na lei", lembrou, admitindo que as regras atuais possibilitam a compra de alguma distribuidora no Estado pela companhia, como a Gás Brasiliano.
Em razão das atuais circunstâncias de mercado, Gabrielli afirmou que o problema do preço do gás para a indústria química deve ser resolvido entre ela e as distribuidoras. "Não temos contrato com a indústria, temos contrato com a distribuidora. Isso é importante, porque nós levamos fama sem proveito", acrescentou.
Ele explicou que a estatal faz um preço do gás só para a distribuidora, dentro dos modelos de contrato flexível e pelos leilões no mercado spot. "A distribuidora repassa isso de acordo com a regra do Estado. Aqui em São Paulo, o reajuste de preço é anual, mas o gás que vendemos a ela é reajustado trimestralmente. Uma coisa não está necessariamente ligada diretamente à outra", disse.
(Por Tatiana Freitas, Agência Estado, 04/12/2009)