A recente proibição do uso das câmaras bronzeadoras para embelezamento não vem assustando parte das clínicas de estética da cidade. Das 13 contatadas pelo jornal O Informativo do Vale, cinco continuam realizando o procedimento sem problema algum.
A reportagem marcou, na semana passada, duas sessões em clínicas diferentes, como se fosse uma cliente que desejava fazer apenas uma experiência para conhecer o processo. Assim como nesses dois locais e nos outros três, não há problema algum em agendar um horário, como se o serviço estivesse liberado.
No primeiro local não foi preciso fazer nenhum cadastro. A atendente, quando indagada se havia algum problema, já que existe a proibição, foi confiante. “Não, não há nenhum problema, não precisa se preocupar. Até agora não veio ninguém aqui com uma liminar nos proibindo”, alega. O tempo na câmara foi de 15 minutos e não foi passada nenhuma instrução de quando poderia ser feita a sessão seguinte e se era necessário algum cuidado.
Já no segundo estabelecimento foi possível perceber um cuidado maior. Foi feito um cadastro simples, com nome, endereço e telefone. Já na sala onde é realizado o bronzeamento, a atendente passou instruções de como funciona a máquina e de que o período adequado teria de ser de dez minutos. O tempo escolhido desta vez foi o sugerido pelo local.
Fiscalização
Segundo o fiscal sanitário Luiz Carlos Lenz, do Núcleo de Vigilância em Saúde da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), informações sobre a proibição foram repassadas aos municípios. “Informamos para que as vigilâncias sanitárias fiquem de olho. As mesmas recebem denúncias e nos repassam. Para haver a multa é necessário haver o flagrante”, revela.
A realização do serviço é considerada uma infração sanitária e pode ser punida também com advertência, inutilização do produto e também interdição parcial ou total do estabelecimento, conforme Lei 6437/77. De acordo com Lenz, mesmo a clínica sendo flagrada tem até 15 dias para se defender. “Após, é feita uma análise e a coordenadoria decide o valor da penalidade, que vai de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão”, explica.
Já a coordenadora da Vigilância Sanitária de Lajeado, Sandra Maria Dossena, destaca que o local está aberto para receber denúncias e oferecer instruções sobre o assunto para quem tiver interesse. “Até agora não recebemos nenhuma. Somos um canal intermediário e enviamos as denúncias para a 16ª CRS, mas para isso precisamos da ajuda da comunidade”, comenta.
Como surgiu o impedimento
A proibição do uso das câmaras bronzeadoras para fins de embelezamento teve como base os resultados de um estudo da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer (Iarc), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade alertou para a elevação do risco de se contrair câncer em razão da exposição à radiação ultravioleta. A única exceção é a utilização das câmaras no tratamento de doenças, como vitiligo e psoríase.
(Por Bruna Lovato, O Informativo do Vale, 08/12/2009)