Pesquisa recente do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) comprovou que a qualidade da água na sub-bacia D-11 do Dilúvio melhorou após a instalação do interceptor de esgoto sanitário do arroio São Vicente. Foram investidos cerca de R$ 796 mil na implantação de redes separadoras, coletores-tronco e interceptores de esgotos domésticos nas ruas São Vicente, Felipe de Oliveira, Santa Cecília, Dona Eugênia, Vicente da Fontoura, Lucas de Oliveira, Dona Eugênia e nas avenidas Protásio Alves e Neuza Brizola.
O conjunto de obras executado entre novembro de 2006 e agosto do ano passado auxiliou a separação dos esgotos cloacal e pluvial na região. Segundo os pesquisadores do Dmae, as amostras coletadas em 2008, após a implantação do interceptor, apresentaram resultados melhores que as anteriores, coletadas entre 2005 e 2007. Nos dois períodos, foi realizado um total de 2003 análises, considerando-se 27 parâmetros que indicam a presença de carga orgânica (poluição). (Veja quadro abaixo)
Esgoto Certo - Outra iniciativa que contribui para a preservação das águas do arroio é o Programa Esgoto Certo, vigente desde 1996. Mediante autorização dos moradores, os técnicos do Dmae vão de casa em casa e realizam testes com corante para identificar se o esgoto domiciliar está ligado na rede cloacal. Caso a ligação esteja irregular (na rede pluvial), os moradores são orientados a efetuar a correção.
Na sub-bacia D-11 do Dilúvio, a ação do Esgoto Certo contou com a parceria da Equipe de Educação Ambiental do Dmae, que distribuiu panfletos e conversou com as pessoas sobre a correta destinação dos resíduos sólidos e outras práticas sustentáveis.
O Dmae participa ainda do Pró-Dilúvio, o Programa para a Despoluição da Bacia do Arroio Dilúvio, coordenado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam). A preservação do arroio Dilúvio, bem como de qualquer outro curso de água da cidade, depende não só de investimentos da prefeitura e da atenção permanente dos órgãos ambientais mas, sobretudo, da atitude consciente de cada cidadão em favor da sustentabilidade.
Arroio - Ao longo da avenida Ipiranga corre o arroio Dilúvio, que tem extensão total de 17,6km, desde a nascente, no município de Viamão, até a foz no Lago Guaíba. Sua bacia hidrográfica possui 83,7km² de área onde vive cerca de um terço da população de Porto Alegre. Tamanha densidade demográfica causa impacto ao arroio.
O quadro abaixo mostra o percentual de redução verificado em alguns desses parâmetros, depois que o esgoto cloacal foi separado do pluvial na sub-bacia D-11:
DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio = quantidade de Oxigênio requerida pelas bactérias para oxidar a matéria orgânica) - redução de 28,1%
DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio = quantidade de Oxigênio requerida pelas bactérias para oxidar a matéria orgânica) - redução de 28,1%
DQO (Demanda Química de Oxigênio = quantidade de Oxigênio requerida para oxidar quimicamente a matéria orgânica) - redução de 20,8%
DQO (Demanda Química de Oxigênio = quantidade de Oxigênio requerida para oxidar quimicamente a matéria orgânica) - redução de 20,8%
Surfactantes (detergentes) - redução de 77,9%
Turbidez (medida da quantidade de partículas em suspensão, isto é, material insolúvel) - redução de 25,4%
Escherichia coli (indicador mais específico de contaminação fecal) - redução de 62,6%
(Prefeitura de Porto Alegre, 07/12/2009)