Os índios Xavante que estavam em Brasília há quase dois meses esperando para conversar com o presidente da Funai, sem nunca terem sido atendidos, e para quem foi dirigida a Ação de Reintegração de Posse requisitada pela direção da Funai, escreveram uma carta na quinta-feira p.p. e contaram com a solidariedade de diversos outros índios que estavam na sede do órgão. As assinaturas abaixo são apenas uma amostra nessa folha da carta. Há outras folhas com outras assinaturas. Os Kayapó que lá estavam presentes assinaram o Manifesto com toda boa vontade.
Essa carta não pode ser entregue de imediato para os servidores da Funai, para a Imprensa e para as autoridades porque naquele dia esse grupo de Xavante teve que voltar à Terra Indígena Parabubure para fazer as exéquias de um dos seus líderes, Carlos Danhuwi, um senhor Xavante de 68 anos, chefe do Posto Indígena Parabubure, que estava com o grupo e tinha sofrido uma queda na Funai, de onde foi encaminhado ao Hospital de Base, onde faleceu como consequência de sequelas da queda, de diabetes e anemia.
A tristeza por essa dor e pela humilhação que vêm sofrendo está levando os Xavante a um estado de desespero. Eles intencionam voltar para mostrar à atual direção da Funai onde vivem, seus endereços, seus CPFs e Carteiras de Identidade e desafiar a ordem de despejo que sofreram por conta da Ação de Reintegração de Posse.
(Por Mércio Gomes, Blog do Mércio, 06/12/2009)