O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse em entrevista publicada neste domingo acreditar que a conferência do clima entre os dias 7 e 18 de dezembro na capital dinamarquesa irá produzir um acordo que todos os países das Nações Unidas assinarão.
Delegados de 190 nações chegaram a Copenhague neste final de semana para a cúpula sobre mudança climática da ONU, que começa na segunda-feira e busca um novo acordo global em substituição ao Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. "Estou muito otimista com Copenhague", disse Ban em entrevista ao jornal dinamarquês Berlingske Tidende.
"Vamos conseguir um acordo e acredito que ele será assinado por todos os países-membros da ONU, o que será histórico", disse Ban em seu escritório na sede da ONU, em Nova York.
"Estamos no mesmo espírito político", disse Ban. "Todos os chefes de Estado têm o mesmo objetivo -- evitar o aquecimento global." Como agir para alcançar esse objetivo ainda está por ser determinado, disse o secretário-geral sul-coreano.
Os líderes mundiais em Copenhague tentarão chegar a um acordo político sobre como combater a mudança climática.
No mês passado, a Dinamarca tentou impulsionar a conferência do clima ao convidar os chefes de Estado e de governo de todos os 192 países-membros da ONU, esperando obter envergadura política para um acordo.
Até agora 105 líderes aceitaram o convite, incluindo o presidente dos EUA, Barack Obama, o premiê chinês Wen Jiabao e seu colega indiano Manmohan Singh. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também confirmou presença.
Ban disse que o primeiro-ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, fez bem em impulsionar um acordo político em Copenhague, dizendo que a idéia trouxe "dinamismo às negociações."
"Com tantos chefes de Estado e de governo reunidos, obviamente vamos obter um acordo, primeiro um político e em seguida um documento legal vinculante", disse Ban. "Estou convencido disso." Ban também disse que os países-membros da ONU reconheceram as conclusões dos cientistas do painel climático do organismo.
"A mudança climática é real, e está acontecendo agora em um ritmo ainda mais acelerado do que acreditávamos poucos anos atrás", disse Ban, de acordo com o jornal dinamarquês. "O encontro em Copenhague é definitivamente o momento certo para lidar com isso baseados no conhecimento que temos", acrescentou.
(Por John Acher, Reuters Brasil, 06/12/2009)