Número supera o do RS, onde chove há três semanas; maioria morreu em deslizamentos
Mais quatro vítimas foram confirmadas ontem, sendo duas na capital; no litoral norte, rodovia Rio-Santos é fechada por duas horas.
Com mais quatro vítimas ontem, chegou a 13 o número de mortos pelas chuvas nos últimos três dias no Estado de São Paulo, sendo 11 por deslizamento de terra e dois por raios -oito são da Grande São Paulo. O número supera o total de vítimas no Rio Grande do Sul, onde chove há três semanas -oito morreram no período.
Entre os mortos em São Paulo, há quatro crianças e três adolescentes. Ontem, foram confirmadas mais duas mortes no Parque São Rafael (zona leste de São Paulo), uma em Mauá e uma em Ubatuba (litoral norte). Outras sete pessoas morreram anteontem -duas em Pinhalzinho (região de Campinas), quatro em Itapecerica da Serra e uma no Parque São Rafael. Na quarta-feira, um casal foi morto ao ser atingido por um raio em Monte Alto (356 km de SP) enquanto se protegia da chuva sob uma lona.
No desabamento mais grave, um garoto de quatro anos, duas meninas, de cinco e nove anos, e uma jovem de 14 anos morreram depois que um barranco deslizou sobre dois barracos em Itapecerica anteontem. Somente uma jovem de 14 anos sobreviveu ao soterramento.
Ao mesmo tempo, no Parque São Rafael, um barranco também caiu sobre uma casa matando um homem, seu filho e um vizinho. O corpo da última vítima só foi localizado ontem após 12 horas de buscas.
Na capital, em quatro dias choveu 27,71% do volume esperado para dezembro -201 mm. "O verão será assim: dias muito abafados com pancadas de chuva no fim da tarde", explica Michael Rossini Pantera, meteorologista do Centro de Gerenciamento de Emergências.
Litoral
Um menino de oito anos morreu soterrado ontem em um deslizamento em Ubatuba. Ela estava na cozinha de casa quando foi atingida. Segundo a prefeitura, 137 moradores foram alojadas num ginásio.
Dez bairros da cidade sofreram deslizamentos e alagamentos, principalmente na região central, próxima à rodovia Rio-Santos, uma das principais rotas de acesso à cidade. Durante a tarde, dois trechos da estrada tiveram de ser interditados por cerca de uma hora.
Interior
A chuva que atingiu a região de Campinas provocou alagamento de casas, danificou pontes, desalojou famílias e derrubou muros de um presídio e de uma escola. Não houve feridos.
A situação mais grave foi em Hortolândia, onde cerca de 50 famílias tiveram de ser removidas de suas casas invadidas pelas águas. O bairro mais atingido da cidade foi o Parque Peron, onde o muro que separa o bairro do complexo penitenciário represou a água e depois cedeu, provocando uma enxurrada que derrubou muros, portas, janelas e arrastou móveis e eletrodomésticos de 30 casas.
Em Franca, ontem foi dia de contar os estragos do temporal de anteontem, que deixou ruas inundadas e 12 mil pessoas sem água devido ao rompimento de uma tubulação. Na avenida Ismael Alonso y Alonso, um Corsa foi arrastado 400 metros e caiu no córrego dos Bagres. O motorista não se feriu.
(Aline Mazzo, Anna Carolina Cardoso e Maurício Simionato, Folha de S. Paulo, 05/12/2009)