A China deverá investir US$ 30 bilhões ao ano - o equivalente a 0,7% de seu Produto Interno Bruto (PIB) de 2008 - para cumprir os compromissos de eficiência energética divulgados na semana passada, afirma um estudo realizado pela Universidade Popular de Pequim.
Segundo o estudo, citado hoje pela agência oficial "Xinhua" e pelo jornal estatal "China Daily", após a promessa chinesa de reduzir em 45% as emissões de CO2 por unidade de PIB (intensidade energética) até 2020, os consumidores chineses serão os que mais notarão o alto custo derivado.
"As indústrias relacionadas à energia terão que fazer frente aos aumentos de custos para melhorar sua eficiência, mas, no final, esses aumentos serão sustentados pelos consumidores", disse o pesquisador Jiang Kejun, da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento (NDRC, em inglês), principal órgão de planejamento econômico.
Jiang previu aumentos no preço da energia elétrica, dos combustíveis e de outras energias utilizadas pelos consumidores, e acredita que contas mais altas nas famílias chinesas "trarão mudanças no estilo de vida dos cidadãos" do país mais povoado do mundo.
A China, que, como país em desenvolvimento, não é obrigada pelo Protocolo de Kioto a reduzir emissões, lançou seu compromisso de eficiência energética duas semanas antes da cúpula da ONU sobre mudança climática que acontecerá em Copenhague de 7 a 18 de dezembro, a fim de mostrar seu apoio à luta internacional contra o aquecimento global.
Embora as promessas da China não sejam exatamente uma redução direta de emissões, e mais o compromisso de que estas aumentarão mais devagar, foram recebidas com otimismo pela comunidade internacional, que as interpretou como um "balão de oxigênio" diante da cúpula.
(EFE / UOL, 04/12/2009)