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antártida / antártica camada de ozônio
2009-12-04

O temido buraco de ozônio na atmosfera acima da Antártida funciona, paradoxalmente, como um escudo do continente gelado contra o aquecimento que assola o planeta. É só por isso que as terras antárticas ainda não esquentaram tanto quanto o resto do globo, mostra um relatório divulgado nesta terça-feira (1º/12).

A descoberta ajuda a entender porque, às portas do verão na Antártida, os mais de 50 ocupantes atuais da Estação Antártica Comandante Ferraz, base brasileira no continente, passaram 48 horas confinados entre a manhã de domingo e segunda-feira (1º). A equipe teve de se abrigar de ventos com mais de 100 km/h e sensação térmica de 20 °C negativos.

Há, portanto, um dilema: conforme o rombo na camada de ozônio for se fechando, o que deve acontecer completamente até o fim deste século, é provável que o aumento das temperaturas finalmente atinja o coração da Antártida, dizem os cientistas do Scar (Comitê Científico de Pesquisa Antártica), responsáveis pelo novo relatório (www.scar.org).

"Nos próximos anos, o gelo marinho vai diminuir. Ele está aumentando no momento, mas não será mais assim quando o buraco de ozônio fechar - de fato, vamos perder um terço do gelo marinho", declarou o diretor-executivo do Scar, Colin Summerhayes, à agência internacional de notícias Reuters.

O relatório divulgado na segunda-feira, que reuniu dados gerados por mais de cem cientistas de oito países, chama a descoberta dessa blindagem do buraco de ozônio de "extraordinária".

Para Jefferson Simões, glaciologista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o trabalho consolida os dados sobre as alterações que o aquecimento já traz para a Antártida.

"Faz todo o sentido afirmar que o buraco de ozônio está mesmo protegendo o continente antártico", diz Luciano Marani, pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) responsável pelas medições da camada de ozônio na estação brasileira.

Ultravioleta
O mecanismo é simples, explica Simões. As moléculas de ozônio absorvem a radiação ultravioleta do Sol, ajudando a esquentar a estratosfera, fatia da alta atmosfera onde se encontram.

Com menos ozônio estratosférico à disposição, esse pedaço da atmosfera esfria. E isso, por sua vez, fortalece o vórtice polar --um imenso redemoinho que domina a circulação de ar sobre o continente austral e mantém a Antártida normalmente fria.

"A força desse vórtice depende do gradiente (ou seja, da diferença) de temperatura entre a região polar e o resto do planeta. Com o vórtice mais frio, esse gradiente aumenta, fazendo com que ele gire com mais força", diz Simões.

Resultado: os ventos violentos criam uma espécie de muralha de ar entre a Antártida e os demais continentes, o que explica a falta de um aquecimento considerável no continente austral.

O calcanhar-de-aquiles dessa armadura de ventos, contudo, é a península Antártica, o braço do continente que avança para o oceano e, portanto, está mais sujeito a influências externas.

Na península, a precipitação de verão está deixando de ser neve para virar chuva. Noventa por cento das geleiras peninsulares recuaram nas últimas décadas.

As mudanças já estão causando reviravoltas significativas na fauna e na flora da área. Plantas terrestres, que antes não conseguiam deitar raízes na península, agora conseguem crescer nela. Populações de pinguins-de-adélia estão em declínio, à medida que o krill, minúsculo crustáceo que é seu principal alimento, torna-se cada vez menos abundante.

Mar que sobe
Com o buraco de ozônio em declínio, espera-se que as geleiras da Antártida continental propriamente dita, em especial do oeste do continente, passem a perder gelo, com contribuição significativa para um aumento do nível do mar --cerca de 1,4 metro até 2100, diz o relatório.

No entanto, o aumento projetado de temperatura até o fim do século - algo em torno de 3 °C - não deve ser suficiente para derreter a maioria do gelo continental antártico. E as bolhas de ar presas nas camadas mais profundas e antigas das geleiras mostram que a atual concentração de gases-estufa na atmosfera é a maior dos últimos 800 mil anos.

(Folha Online / AmbienteBrasil, 03/12/2009)


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