O ex-prefeito de Bogotá (Colômbia), Enrique Peñalosa, compareceu hoje (3/12) à Câmara Municipal de Porto Alegre para divulgar o sistema Bus Rapid Transit (BRT), implantado com sucesso por ele nesta cidade colombiana. Disse que os custos, tanto de implantação quanto de manutenção deste tipo de transporte, são muito inferiores aos das linhas de metrô. "O metrô tem custo de operação muito alto, o que exige subsídios nas tarifas. Londres gasta 14 bilhões de dólares para subsidiar o metrô."
Na avaliação de Peñalosa, não se pode pensar somente em transporte sobre trilhos para resolver o problema da mobilidade urbana. Segundo ele, por serem muito caros, os metrôs consomem verbas que poderiam ser dirigidas a outros segmentos mais necessitados. "Se investimos em estradas e metrôs, não sobra para aplicarmos em escolas, parques e programas sociais. O custo por quilômetro para construir um metrô é de 180 milhões de dólares."
Além do sistema BRT, o ex-prefeito implantou em Bogotá um programa de vias exclusivas para bicicletas e pedestres. O sistema consiste numa rede de 60 quilômetros de calçadas e ciclovias que ligam a periferia da cidade ao centro de Bogotá. "As cidades são feitas para os seres humanos, não para os carros."
Sistema BRT
O sistema nasceu em Curitiba, em 1974. Em São Paulo, o BRT possui uma malha de 142 quilômetros de vias de ônibus exclusivas. Em Bogotá, o BRT recebeu o nome de Transmilênio e é composto por 84 quilômetros de corredores e 420 quilômetros de linhas alimentadores. Os chamados BRTs são ônibus articulados de até 18 metros de comprimento com capacidade para até 160 passageiros.
(Por Marco Aurélio Marocco, Ascom Câmara Municipal de Porto Alegre, 04/12/2009)