A criação do Parque Nacional do Lavrado, no município de Bonfim (RR), pode gerar conflito entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e produtores rurais que habitam a região e deverão ser indenizados para que deixem suas terras. A informação é do jornal local Folha de Boa Vista.
O parque será a nona Unidade de Conservação (UC) criada no Estado de Roraima, com 155 mil hectares e localização na faixa de fronteira do Brasil com a Guiana. A previsão é de que a UC seja implementada até abril de 2010. A importância da criação do parque é proteger os lavrados, áreas abertas cobertas por savana que existem entre as áreas de floresta no bioma Amazônia. Apesar de Roraima ter a maior área de lavrados da Amazônia, não possui nenhuma unidade de conservação que proteja esse tipo de vegetação.
Se o projeto para definição da área como Parque Nacional for aprovado, cerca de 50 produtores que vivem na região deverão ser desapropriados. Esses produtores rurais, entretanto, já estão se articulando na tentativa de encontrar mecanismos para barrar a criação do parque.
"É uma nova Raposa Serra do Sol que está sendo criada. Existem pessoas que nasceram, cresceram, criaram seus filhos lá e hoje são idosos, mas mesmo assim não poderão ficar. Tem um morador que possui sua fazenda com título desde 1914, é um absurdo", disse à Folha de Boa Vista um produtor, que preferiu não se identificar. Para o ICMBio, a criação do parque é crucial, pois a região vem sendo ocupada por produção agropecuária e expansão da cana-de-açúcar.
(Amazonia.org.br, 02/12/2009)