Em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, a ventania destelhou estabelecimentos e provocou medo entre a população. Na hora do temporal, o frentista Adriano Luis Dornelles, 31 anos, estava à porta do posto de combustíveis onde trabalha, às margens da estrada Venâncio Aires-Santa Cruz do Sul (RS-287).

– Eu vi ao longe o vento rodopiando alto, eram como dois redemoinhos que se juntaram em frente ao posto. Eu corri para dentro e, em segundos, tudo tinha sido carregado pelo vento – relatou Dornelles.

O telhado foi arrancado. As bombas de combustíveis também foram carregadas pelo vento. O carro de um cliente acabou atingido por uma estrutura de concreto que tombou com a força das rajadas, mas ninguém ficou ferido. Nos arredores, uma borracharia e um restaurante também foram destelhados.

– Nunca vi algo assim – surpreendeu-se Dornelles.

O prefeito Airton Luiz Artus (PDT) testemunhou a chegada do temporal:

– Foi uma nuvem negra que se aproximou de forma muito veloz.

O fato de o vento ter atingido apenas uma faixa do município, deixando outras regiões sem nenhum estrago, sugere que um tornado poderia ter atingido a cidade. A hipótese, porém, não pôde ser confirmada até ontem à noite pelos meteorolistas. As localidades com maiores danos foram Estância Velha e Santa Tecla. Diversas árvores, que caíram pelo interior, obstruíram cerca de dois quilômetros de estradas e atingiram a rede elétrica.

Decoração de Natal destruída em Sobradinho

Em Sobradinho, também no Vale do Rio Pardo, a localidade de Campestre foi a mais atingida. A Escola Municipal Fabrício Seretta e o salão paroquial do município foram destelhados.

Diversas árvores caíram sobre a rede elétrica na RS-347, que liga Sobradinho a Ibarama, causando queda de energia em alguns pontos dos municípios.

Um arco de decoração natalina caiu no centro da cidade, interrompendo o trânsito da rua principal. O município, que já havia decretado situação de emergência pelos temporais de novembro, agora começa a trabalhar na remoção das árvores e na assistência às localidades atingidas.

(Por Letícia Mendes, Zero Hora, 03/12/2009)